Exército detém suspeitos de massacres em Plateau
O Exército nigeriano anunciou a detenção de 17 suspeitos pelo massacre de 200 pessoas, há uma semana, no estado do Plateau, no centro do país, para onde foi destacado um reforço policial e militar.
O porta-voz do Exército, Adam Umar, assegurou que três das 17 pessoas detidas estão ligadas às mortes perpetradas em localidades da região de Barikin Ladi e supôs que as outras 14 estejam conectadas aos ataques contra a etnia Peul, a sul de Jos, a capital do estado do Plateau.
“As aldeias de Barikin Ladi foram atacadas há poucos dias e prendemos três suspeitos que estavam na posse de quatro armas, três caçadeiras e uma AK47”, disse Adam Umar, que esclareceu que as outras 14 pessoas foram detidas ao longo da estrada entre Abuja e Jos.
De acordo com testemunhas contactadas pela Agência France Presse, grupos de jovens da etnia Berom construíram barricadas ao longo da estrada, na sequência dos homicídios nas suas aldeias, atacando quem quer que parecesse Peul ou muçulmano.A insegurança na região central da Nigéria poderá tornar-se um dos pontos de tensão mais importantes da campanha eleitoral presidencial, prevista para Fevereiro de 2019.
O conflito, que concentra todas as tensões no país, deverá tornar-se uma preocupação tão importante como a insurreição do grupo islamita Boko Haram, no nordeste do país.
As circunstâncias dos massacres de há uma semana estão por apurar, assim como a identidade dos assaltantes.
Mas, no país mais populoso de África, com 180 milhões de habitantes e um crescimento demográfico acentuado, o acesso à terra e à água é o primeiro factor de conflito.