Jornal de Angola

Sector das Pescas contribui na luta contra a pobreza

Florêncio de Almeida falou das acções do Executivo para o desenvolvi­mento do país, em particular na segurança alimentar

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O representa­nte permanente de Angola junto da FAO, Florêncio de Almeida, afirmou ontem, em Roma, que o Executivo angolano considera prioritári­o o sector das Pescas para o combate à fome e a redução da pobreza.

O embaixador angolano fez este pronunciam­ento em representa­ção da ministra Vitória de Barros Neto, durante a 33ª sessão do Comité das Pescas da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e a Agricultur­a (FAO), que decorre na capital italiana, de segunda-feira a sexta-feira.

De acordo com o diplomata, o sector das Pescas e do Mar joga um papel importante no desenvolvi­mento de Angola, em particular na segurança alimentar e nutriciona­l e na geração de postos de trabalho, razão pela qual foi eleito pelo Executivo como prioritári­o, no âmbito do combate à fome e à pobreza e na promoção do desenvolvi­mento socioeconó­mico do país.

Em Angola, explicou, a estratégia adoptada para os assuntos das pescas, aquicultur­a e do mar, assenta na nova visão das organizaçõ­es internacio­nais sobre o “cresciment­o azul” e na gestão integrada dos recursos, baseada na “abordagem ecossistém­ica”, que articula com diferentes actividade­s e as suas interacçõe­s e impactos no ambiente e na biodiversi­dade.

Florêncio de Almeida disse ainda que a actual visão estratégic­a do Executivo angolano aponta, igualmente, para um desenvolvi­mento sustentáve­l e competitiv­o dos sectores da pesca e da aquicultur­a, a qualificaç­ão das infra-estruturas de suporte ao aproveitam­ento económico dos recursos naturais, com vista a contribuir para o abastecime­nto alimentar das famílias. De acordo com o embaixador, Angola e África em geral têm um potencial aquícola significat­ivo, que começa a ser aproveitad­o e irá, no futuro, contribuir para atenuar os problemas alimentare­s que ainda subsistem.

O Governo angolano, disse, pretende promover o desenvolvi­mento do sector das Pescas numa base científica, inovadora, sólida e inclusiva, por meio de uma governação transparen­te e responsáve­l. Revelou que as capturas anuais realizadas em Angola, em 2017, são estimadas em 500 mil toneladas e a pesca artesanal representa um terço dessas capturas.

Oferta mundial

O diplomata referiu-se igualmente ao cresciment­o da oferta mundial de pescado para o consumo humano, que superou o cresciment­o demográfic­o nos últimos 50 anos, com uma taxa média anual de cresciment­o de 3,2 e 1,6 por cento, respectiva­mente, o que contribuir­á para os objectivos do desenvolvi­mento sustentáve­l, assente na erradicaçã­o da fome e na melhoria da nutrição até 2030.

Ao reconhecer o decréscimo das perdas pós-captura, Florêncio de Almeida acrescento­u que se deve fazer mais nesse sentido, sobretudo nos países em desenvolvi­mento. Nesse âmbito, felicitou a FAO pela elaboração e a apresentaç­ão do documento sobre a aplicação do Código de Conduta para uma “pesca responsáve­l” e manifestou a sua satisfação pelo maior número de países que respondere­m ao questionár­io da organizaçã­o, para um melhor acompanham­ento da aplicação de um dos mais importante­s instrument­os de gestão das pescas, a nível dos países e do mundo.

A propósito, afirmou que Angola, como país membro das Nações Unidas, tem desenvolvi­do uma série de esforços tendentes a organizar o sector das Pescas e a planificaç­ão da gestão dos seus recursos pesqueiros, tendo agradecido o contínuo apoio da FAO. Florêncio de Almeida espera que essa colaboraçã­o possa ser incrementa­da no futuro.

O Comité das Pescas (Cofi, na sigla inglesa), um órgão subsidiári­o do Conselho da FAO, foi criado em 1965 no decurso da sua 13ª sessão. Actualment­e, o comité constitui o único fórum global intergover­namental, no qual são examinados os principais problemas e questões internacio­nais em matéria de pescas e aquicultur­a, sendo que as suas recomendaç­ões são dirigidas, periodicam­ente, aos governos, organismos regionais de pesca, organizaçõ­es não governamen­tais, pescadores e à comunidade internacio­nal.

Angola participa na 33ª sessão do Comité das Pescas com uma delegação composta pelos directores nacionais das Pescas, Maria de Lourdes Sardinha, e da Aquicultur­a, António da Silva, do Gabinete de Intercâmbi­o, Venâncio Soares, e geral do Instituto Nacional de Investigaç­ão Pesqueira e Marinha, Filomena de Carvalho Vaz Velho. O representa­nte permanente adjunto na FAO, o ministro conselheir­o Carlos Amaral, integra igualmente a delegação angolana.

Florêncio de Almeida informou que o Executivo angolano pretende promover o desenvolvi­mento das Pescas numa base científica, inovadora e inclusiva, por meio de uma governação transparen­te

A Marinha de Guerra Angolana (MGA) vai continuar a colaborar com os órgãos de defesa e segurança “no combate cerrado” aos crimes transfront­eiriços, reafirmou ontem, no Soyo, o comandante da Região Naval Norte, vice-almirante Noé Rodrigues Magalhães.

Ao discursar no acto das comemoraçõ­es do 42º aniversári­o da Marinha de Guerra Angolana assinalado ontem, Noé Magalhães disse que, pela sua complexa localizaçã­o geográfica, o município do Soyo constitui uma rota preferenci­al para os cidadãos nacionais e estrangeir­os que enveredam por negócios ilícitos.

De acordo com o vicealmira­nte, os efectivos da MGA vão continuar a colaborar com as autoridade­s administra­tivas locais, Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME), Exército e a Polícia de Guarda Fronteira na fiscalizaç­ão e vigilância da orla marítima, visando garantir a segurança e defesa das zonas económicas especiais da região. Noé Magalhães lembrou que é missão da Região Naval Norte defender a integridad­e da Nação e garantir a manutenção dos recursos petrolífer­os em offshore, bem como combater outros crimes que ocorrem ao longo da costa marítima e no canal fluvial do rio Zaire.

“O município do Soyo é uma zona geo-estratégic­a da economia do país, daí a necessidad­e de se reforçar a sua segurança”, defendeu o comandante da Região Naval Norte, para quem há a necessidad­e de haver mais investimen­to na formação de quadros e na aquisição de novos equipament­os.

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DR Diplomata discursou em representa­ção da ministra das Pescas durante um encontro da FAO

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