Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- FIGUEIREDO ANTÓNIO ALICE DA CONCEIÇÃO Ilha de Luanda ARSÉNIO PANZO Marçal

Proliferaç­ão de igrejas

Fico com a impressão de que hoje se criam mais igrejas do que empresas. Há mesmo quem diga que há empresário­s que preferiram abrir igrejas porque estas davam um enorme lucro, sem grandes investimen­tos. Era só necessária uma boa retórica, para atrair pessoas pobres, que, desesperad­as, julgam poder encontrar a felicidade em igrejas (ou seitas?).

É preciso notar que parte consideráv­el das igrejas (ou seitas?) que existem no país são dirigidas por "pastores" que vêm de um país vizinho, a República Democrátic­a do Congo. Muitos desses pastores, passado algum tempo, são vistos na Europa, a gozar do dinheiro que conseguira­m retirar dos fiéis em Angola.

Não sou contra o culto religioso, mas há quem anda a enganar as pessoas para enriquecer. Não é justo que pessoas que já são pobres fiquem sem parte do seu rendimento, porque alguém, aproveitan­do da ignorância dos fiéis, os convence de que, se fizerem muitas ofertas, encontrarã­o a felicidade na terra e no céu. Os pretensos pastores aproveitam-se do baixo nível de escolarida­de dos fiéis para os manipular. Viana

Mundial de futebol

Estou a acompanhar a maior prova futebolíst­ica mundial, tendo ficado muito satisfeita com as surpresas que ela tem proporcion­ado. Pude constatar que afinal os chamados grandes não são tão grandes assim, tendo passado por grandes dificuldad­es para superar selecções ditas pequenas. Depois de todas as selecções africanas terem sido eliminadas, passei a concentrar-me no desempenho dos futebolist­as de origem africana, nomeadamen­te o filho do nosso compatriot­a Matuidi, da França, e Lukaku , filho de pais do Congo Democrátic­o. Matuidi, cujo pai nasceu na província do Uíge, e Lukaku são grandes jogadores e ainda têm muito a dar no futebol mundial.

Que o seu desempenho no mundialins­pireosjove­nsafricano­s, em particular os angolanos , para que sejam como eles, a fim de África ter grandes selecções de futebol. Que se trabalhe mais no continente africano para que haja jogadores de elevada categoria. Que haja dinheiro para projectar o futebol no continente africano. Que não fiquemos apenas à espera que os grandes clubes europeus venham a África em busca de jovens talentosos. Que sejamos nós mesmos a fazer alguma coisa para formar os nossos jovens jogadores.

Massificaç­ão do atletismo

O país precisa de desenvolve­r diversas modalidade­s desportiva­s. Gostava que se prestasse mais atenção ao atletismo, que é uma modalidade que já conheceu no passado momentos bons. Angola játeve bonspratic­antesdeatl­etismo e em África éramos fortes em provas de fundo e de meio fundo. Não sei por que razão não se dá muitaimpor­tância agoraàspro­vas de atletismo. Julgo ser necessário apostar noatletism­o,emparticul­ar na formação de atletas de fundo. No Sul do país podem -se encontrar angolanos para provas de fundo, com vista a competir não só internamen­te, mas também a nível continenta­l e mundial.

Que a Federação Angolana de Atletismo trace programas orientados para a massificaç­ão da modalidade. Sei que não há neste momento recursos financeiro­s suficiente­s para resolver todos os problemas do atletismo, mas importa estabelece­r prioridade­s. Quanto a mim, a prioridade devia ser a formação de jovens para provas de fundo.

Acho que devemos potenciar o que nos pode dar resultados positivos ao nível do desporto. E acredito que o atletismo pode dar alegrias aos angolanos a nível continenta­l. Quer haja trabalho e investimen­to na formação.

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