Músicos arrastam multidão à Praça da Independência
A Praça da Independência no Uíge foi o cenário do espectáculo do encerramento das festividades dos 101 anos da fundação da cidade, na noite de domingo para segunda-feira, atraindo milhares de admiradores da música angolana.
Puto Prata, saudado com aplausos e assobios, fez vibrar o público que lotou a Praça da Independência, com uma presença estimada de 15 mil espectadores.
Correspondendo ao entusiasmo da audiência, Puto Prata interpretou temas do seu mais recente álbum, intitulado Na Loli. No final da actuação, o cantor disse ter ficado surpreendido com a moldura humana, tendo confirmado a aceitação do seu trabalho na província do Uíge.
O músico Yanick Afroman, um habitué nas festas do Uíge, interpretou temas como “Algo em comum”, “O mundo de hoje” e “Tira barriga”, vivamente aplaudidos e cantados pela assistência. Não menos aplaudido foi Bambila, cantor de gospel, que conquistou o apoio da assistência ao interpretar “Amelania” e “Ele me amou”. Após a apresentação, artista disse não ter dúvida que o público Uíge “ama a música gospel”, retribuindo a recepção calorosa com que foi brindado.
“Estou sem palavras, para descrever essa recepção, senão pedir a Deus para que ‘derrame’ mais bênçãos à província do Uíge e ao país em geral, para que sejam ultrapassadas as dificuldades e barreiras, e alcançar o rumo para o desenvolvimento”, disse Bambila.
O veterano Sam Manguana, com 55 anos de carreira, brindou o público com os temas “Pátria Querida”, “Suzana”, “Tio António” e “Lubamba”, muito conhecidas no Uíge, sua terra natal.
Subiram ainda ao palco Bleck, Joly Makanda, Dito Kiala, Baqui Maquela, Balo Januário, Socorro, Nzarra, Anilta, Alison Paixão, Tamara Nzagi, DJ Oliver e Rei Loy. A valorização do produto cultural angolano passa pela divulgação da marca Angola, com uma aposta forte no marketing, para levar ao público além-fronteiras, afirmou na segunda-feira, em Cabinda, o ministro da Cultura de Cabo Verde.
De acordo com Abraão Vicente, que falava na mesaredonda ministerial no âmbito do 6.ª Conselho Consultivo Alargado do Ministério da Cultura, que termina hoje, a definição de estratégias de marketing para a apresentação de produto, desde o design até à embalagem, os canais de venda, a publicidade, entre outros, é uma componente essencial para a divulgação da marca Angola.
O governante cabo-verdiano destacou ainda a importância da promoção de feiras artesanais e exposições, a criação de espaços próprios para venda dos produtos e a edição de brochuras informativas e revistas que promovam a difusão das actividades culturais, bem como a atribuição de prémios de publicidade.
Segundo o ministro, é necessário fazer a transição da economia tradicional, com forte valor patrimonial e identidade cultural para uma economia moderna e sustentável, baseada na promoção de todas as formas de criatividade, bem como inserir a cultura e as indústrias criativas no mercado de trabalho, desenvolver actividades comerciais e libertar os criadores da dependência do Estado.
Durante a sua intervenção, o ministro cabo-verdiano recomendou uma nova abordagem cultural através de uma estratégica centrada nas pessoas, na liberdade e enquadramento profissional dos agentes, na fruição cultural, na descentralização das estruturas e na internacionalização.
Promover a concertação estratégica em matéria de política cultural com outros sectores, como a educação, o turismo e a formação profissional, bem como os agentes, é um ponto essencial para atingir os objectivos preconizados em termos de valorização do produto cultural, considerou Abraão Vicente.
Potencializar as artes
A ministra do Turismo destacou na segunda-feira, em Cabinda, a necessidade de potencialização do produto cultural em todas as vertentes, com acções de promoção e divulgação para atrair turistas.
Falando durante a mesma mesa-redonda, Ângela Bragança disse ser necessário converter o produto cultural, no caso específico do património histórico nacional e mundial, em oferta turística, colocando à disposição dos visitantes uma gama de locais, sítios e monumentos com valor universal.
A ministra do Turismo realçou a necessidade da planificação cuidada, procurando saber o que existe, fazer o diagnóstico e o registo para reunir dados actualizados da oferta turística cultural nacional. Ângela Bragança reiterou a necessidade da formação de guias e a elaboração de um roteiro turístico para alavancar a captação de receitas que contribuam para a melhoria do bem-estar social.
Ângela Bragança reafirmou a importância da elaboração de um roteiro turístico cultural sobre Mbanza Kongo no âmbito do projecto de promoção e divulgação deste património mundial, que possa levar ao público um manancial de dados e informações sobre o turismo cultural.
Divulgação de conteúdos
O secretário de Estado da Comunicação Social, sublinhou em Cabinda a necessidade de os órgãos de informação promoverem o turismo cultural através de conteúdos editoriais.
Celso Malavoloneke, que dissertou sobre a comunicação social na promoção da cultura e da identidade, no âmbito do 6.º Conselho Consultivo Alargado do Ministério da Cultura, adiantou que a grelha informativa dos meios de comunicação social devem também fazer a divulgação de políticas, eventos e elementos identitários da cultura nacional.
Para o governante, a acção deve também passar pelo combate à “invasão” de elementos nocivos estranhos e promover o uso dos símbolos nacionais, contribuindo para a divulgação, preservação e valorização da cultura nacional.
Celso Malavoloneke acrescentou que deve ser encorajado o uso das línguas nacionais e utilizar os sítios e monumentos culturais para eventos mediáticos.
A mesa-redonda contou ainda com a participação do secretário de Estado do Ambiente, Joaquim Manuel, sob moderação da ministra da Cultura, Carolina Cerqueira.
É necessário fazer a transição da economia tradicional, com forte valor patrimonial e identidade cultural para uma economia moderna e sustentável