Presidente João Lourenço escreve ao homólogo togolês
Bornito de Sousa participa hoje, em Lomé, na Cimeira conjunta entre a CEEAC e a CEDEAO, que discute estratégias para o combate ao terrorismo e extremismo nas duas regiões do continente africano
O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, entregou ontem, em Lomé, uma mensagem do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, ao homólogo togolês e presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Faure Gnassingbé.
Bornito de Sousa encontra-se desde ontem na capital togolesa, onde participa hoje, em representação do Chefe de Estado angolano, na primeira Cimeira conjunta entre a CEDEAO e Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC).
No aeroporto Gnassingbé Yadema, o Vice-Presidente da República recebeu cumprimentos de boas vindas do líder do Parlamento togolês, Dama Dramani, tendo, posteriormente, sido recebido pelo Chefe de Estado, Faure Gnassingbé, a quem entregou a mensagem de João Lourenço.
Na sala protocolar do aeroporto, Bornito de Sousa teve ainda um rápido encontro com o presidente da Assembleia Nacional da Guiné Equatorial, Gaudeciau Moaba Mesu, que chegou igualmente ontem a Lomé, onde representa o seu país na Cimeira CEEAC-CEDEAO.
Ontem, após a sua chegada, o Vice-Presidente da República tomou contacto com os documentos a serem submetidos à ratificação na Cimeira, com destaque para a Declaração sobre a Paz, Segurança, Estabilidade e Luta contra o Terrorismo e Extremismo Violento (Declaração de Lomé).
Questões ligadas à segurança, estabilidade, luta contra o terrorismo e extremismo violento estão no topo da agenda do encontro, convocado pelos líderes das duas comunidades, à margem da 27.ª Cimeira da União Africana, realizada em Kigali, Ruanda, de 10 a 18 de Julho de 2016.
Para preparar a cimeira, estiveram reunidos entre os dias 10 e 11 deste mês, em Lomé, os peritos das duas comunidades, enquanto ontem foi a reunião ministerial. A delegação angolana à reunião ministerial foi chefiada pelo secretário de Estado da Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Domingos Vieira Lopes, e integrou os secretários de Estado da Defesa, tenente-general Afonso Carlos Neto, e do Interior, José Bamokina Zau, além dos representantes de Angola na CEEAC e CEDEAO, embaixadores Toco Serão e Eustáquio Januário Quibato.
Os peritos discutiram o projecto de Declaração Conjunta sobre Paz, Segurança, Estabilidade e Luta contra o Terrorismo e Extremismo Violento (Declaração de Lomé), aprovada no sábado pelos ministros, antes da sua ratificação, hoje, pelos Chefes de Estado e de Governo.
Angola traz para esta cimeira a sua experiência na luta contra o terrorismo e a subversão e, essencialmente, na resolução de conflitos, não só internos, mas também em África, disse, à imprensa angolana, em Lomé, Eustáquio Quibato, embaixadora de Angola na Nigéria e Togo e representante do país na CEDEAO.
Segundo o secretário de Estado da Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Domingos Vieira Lopes, a reunião ministerial da CEEAC e CEDEAO discutiu a questão do financiamento para combater as acções de terrorismo nas duas regiões.
O secretário de Estado da Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, que chefiou a delegação angolana à reunião, admitiu que a questão do financiamento acaba por ser um problema de África, pois há muitas preocupações a resolver mas o continente é sempre obrigado a recorrer à ajuda externa.
“Normalmente, quando programamos qualquer coisa, vamos buscar financiamento ao exterior (fora dos países africanos). Portanto, pretende-se acautelar essa situação porque o combate ao terrorismo, requer dinheiro”, afirmou Domingos Vieira Lopes. A partir desta cimeira de Lomé, os estadistas da CEEAC e CEDEAO passam a reunir a cada dois anos, alternadamente, com o propósito de reforçar a cooperação em matéria de paz, segurança e estabilidade. Os dois blocos regionais criam assim uma “plataforma de entendimento permanente” para a troca de informações com vista à promoção de um “diálogo profundo e sincero”, que identifique as causas reais dos problemas entre os principais actores da região, elimine as desconfianças e crie um ambiente propício para, em caso de assinatura de acordos, não haja o risco de os mesmos serem violados.
O Vice-Presidente recebeu cumprimentos de boas vindas do líder do Parlamento togolês, tendo, posteriormente, sido recebido pelo Chefe de Estado, Faure Gnassingbé
Integram a CEEAC Angola, Camarões, Burundi, Chade, Gabão, Guiné-Equatorial, República CentroAfricana, República Democrática do Congo, Congo Brazzavile, Ruanda e São Tomé e Príncipe. Já a CEDEAO é integrada pelo Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Ghana, Guiné-Bissau, Guiné Conakri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.
O Chefe de Estado gabonês, Ali Bongo Ondimba, é o actual presidente em exercício da CEEAC, enquanto o togolês Faure Gnassingbé preside à CEDEAO.