OMS defende maior atenção às vítimas de doenças hepáticas
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, em comunicado, no Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, assinalado sábado, para a necessidade de ampliar a testagem e o acesso ao tratamento contra a doença.
De acordo com os dados mais recentes da agência especializada da ONU, no Mundo, menos de 20 por cento das pessoas tinham acesso à testagem e a serviços de saúde específicos para hepatites em 2016.
Os números da OMS mostram que as hepatites B e C afectam 325 milhões de pessoas. Se não forem tratadas, as infecções podem provocar cancro do fígado e cirrose que, juntos, causaram mais de um milhão de mortes em 2015. “Precisamos de acelerar o progresso para alcançar a nossa meta de eliminar a hepatite até 2030”, disse, no comunicado, o director-geral da OMS, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Um dos países mais atingidos pela hepatite é a Mongólia, onde mais de 10 por cento dos três milhões de habitantes vivem com a doença crónica. Em 2017, o país deu início a um programa que, ao longo do primeiro ano, testou a mais de 350 mil pessoas, mais de 70 por cento das quais foram diagnosticadas e passaram a receber tratamento para a infecção. A meta do Governo da Mongólia é testar cerca de dois milhões de pessoas com mais de 15 anos.
Criado em 2010 pela Organização Mundial da Saúde, o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, celebrado a 28 de Julho, foi criado para consciencializar a população sobre a importância do diagnóstico precoce da doença, além de esclarecer assuntos sobre o tema, como a vacinação e o tratamento.
A hepatite viral é uma doença infecciosa que afecta directamente o fígado e constitui um grave problema de saúde pública em todo o mundo.A evolução das hepatites pode variar conforme o tipo de vírus. Por exemplo, tipo A e E apresentam apenas a forma aguda de hepatite. Isto significa que após uma hepatite o indivíduo pode recuperar completamente e eliminar o vírus do organismo e muitas vezes sem saber que teve a doença. Já as causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crónicas, podendo a doença persistir no organismo durante mais de seis meses. Os principais sintomas das hepatites virais são náuseas e vómitos, dores abdominais, febre, falta de apetite, mal-estar geral, urina escura, fezes esbranquiçadas e pele e olhos amarelados (icterícia).
Os indivíduos infectados pelo vírus da hepatite B têm cinco por cento a 10 por cento de risco de tornarem-se doentes crónicos e na hepatite C o risco é de 85 por cento. O tratamento das hepatites B e C é feito com agentes anti-virais com 70 por cento e 35 por cento de sucesso.
Aumento da prevenção
As medidas preventivas para hepatites A e E incluem o saneamento básico, as boas práticas de higiene pessoal, como lavar bem as mãos após ir à casa de banho e antes de cada refeição, lavar bem os alimentos consumidos crus e cozinhar bem os demais, principalmente frutos do mar e carne de porco.
Para os outros tipos de hepatite é muito importante o uso de preservativos, agulhas e seringas descartáveis, além de evitar partilhar objectos como barbeador e instrumentos de “manicure” e “pedicure”. É importante ainda ter certeza de que materiais utilizados para fazer tatuagens e para a colocação de piercings sejam descartáveis. Já existem vacinas para as hepatites A e B.