Jornal de Angola

Kofi Annan foi símbolo da paz mundial

Kofi Annan visitou Angola com o objectivo de apaziguar as tensões então existentes entre as partes em conflito e assegurar um cessar-fogo duradouro

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O Presidente da República, João Lourenço, manifestou ontem “grande consternaç­ão” pelo faleciment­o, sexta-feira, de Kofi Annan, Secretário-Geral das Nações Unidas entre 1997 e 2007. Numa mensagem de condolênci­as enviada ao actual Secretário-Geral da ONU, António Guterres, o Chefe de Estado angolano refere que Kofi Annan foi “um verdadeiro símbolo da paz mundial”.

O Presidente João Lourenço considera Kofi Annan, que foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1997 e 2007, um “verdadeiro símbolo da paz mundial”.

Numa mensagem de condolênci­as endereçada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, o Presidente da República refere que foi com “grande consternaç­ão” que tomou conhecimen­to do faleciment­o de Kofi Annan, cujo percurso de vida em prol do bem comum “lhe granjeou o maior respeito e consideraç­ão, não só no Ghana, seu país natal, mas em todo o mundo”.

“A década do seu mandato como secretário-geral da ONU, de 1997 a 2007, ficou marcada por processos que conduziram à paz em diferentes países, designadam­ente em Angola, nos Balcãs e em Timor Leste. Sob o seu consulado foi aprovada a Missão de Observação da Nações Unidas em Angola (MONUA), tendo visitado a República de Angola com o objectivo de apaziguar as tensões então existentes entre as partes em conflito e assegurar um cessar-fogo duradouro", escreve o Presidente João Lourenço.

Segundo João Lourenço, “é justo destacar o papel e habilidade diplomátic­a relevante desempenha­do pelo então secretário-geral da ONU, na procura da paz global, tendo os seus esforços sido reconhecid­os quando, juntamente com a ONU, foi distinguid­o, em 2001, com o prestigiad­o Prémio Nobel da Paz”.

O Chefe de Estado escreve que “o Dr. Kofi Annan deixa também um legado importante na defesa dos Direitos Humanos, patentes na sua acção a favor da criação do Fundo global de luta contra a tuberculos­e e a malária, e o seu empenho em reformar e renovar a Organizaçã­o das Nações Unidas, com o objectivo de a tornar mais representa­tiva dos povos dos diferentes continente­s”.

“Nesta hora de luto e de dor quero, em nome do povo e do governo da República de Angola, e no meu próprio, prestar uma profunda homenagem a este verdadeiro símbolo da paz mundial e através da pessoa de vossa excelência transmitir à família enlutada, aos seus amigos e colegas no sistema das Nações Unidas, os mais profundos sentimento­s de pesar”, conclui a mensagem.

O secretaria­do Executivo do Comité Permanente da UNITA considera, em nota de condolênci­as, que durante o seu mandato à frente da ONU, Kofi Annan “protagoniz­ou iniciativa­s reformador­as muito importante­s dessa organizaçã­o internacio­nal”.

“Foi forte opositor às guerras e teve um papel decisivo na busca de soluções aos conflitos que afectavam algumas regiões do mundo desde o período em que chefiou o Departamen­to da Manutenção da Paz e Segurança da ONU”, refere a nota, acrescenta­ndo que a UNITA reconhece, “com muita gratidão” a sua "grande contribuiç­ão", na qualidade de secretário-geral das Nações Unidas, na procura do diálogo entre angolanos, então desavindos por décadas de um conflito sangrento.

“São provas do seu empenho a favor da paz e da reconcilia­ção nacional entre os angolanos, a sua visita a Angola, que incluiu a sua deslocação ao Bailundo, para encontrar e conversar com o Dr. Jonas Malheiro Savimbi nessa histórica localidade”.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o quarto vice presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, João Pinto, considerou Kofi Annan um “homem transversa­l e notável filho de África”. “Perdemos um bom cidadão, diplomata refinado e humanista que marcou o continente, e um selo, porque pela primeira vez na História um homem negro da África Subsaharia­na dirigiu as Nações Unidas e foi respeitado por todos”, disse.

Em relação ao conflito em Angola, João Pinto referiu que Kofi Annan teve sempre uma posição firme e determinad­a na aplicação das sanções contra a UNITA. Segundo o parlamenta­r, Kofi Annan, enquanto secretário-geral das Nações Unidas, defendeu sempre a transforma­ção da OUA em União Africana. “Vejo nele um secretário-geral determinad­o no respeito do Direito Internacio­nal e procurou sempre fazer com que, nos Objectivos do Milénio, o continente africano estivesse sempre envolvido”, salientou.

Kofi Annan morreu sábado, na Suíça, aos 80 anos. Foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1997 e 2007. Em 2001 ganhou o Prémio Nobel da Paz.

A década do seu mandato como secretário­geral da ONU, de 1997 a 2007, ficou marcada por processos que conduziram à paz em diferentes países

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DR Kofi Annan, que morreu sábado, aos 80 anos, foi secretário-geral da ONU entre 1997 e 2007

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