CARTAS DOS LEITORES
Entretenimento na TV
Os programas de entretenimento das televisões angolanas estão a contribuir para entreter, educar e formar uma larga franja da população, sobretudo as crianças. Embora não falte quem critique, naturalmente como não podia deixar de ser, em todo o caso, vale sempre enaltecer o esforço que grande parte dos profissionais faz para levar aos ecrãs da televisão o melhor.
Uma das coisas que deixa reconfortado, relativamente à principal ementa dos programas de entretenimento, é saber que as televisões nacionais tendem a dar primazia ao que é nacional. Sei que muitos canais nacionais de televisão nacionais de África limitam-se a reproduzir programas das suas congéneres fora do continente.
Quando dou conta de que 80 a 90 por cento do conteúdo dos programas de entretenimento são essencialmente nacionais, tenho razões para regozijo. E independentemente das falhas ou eventuais insuficiências das nossas estações de televisão, não há dúvidas de que estão no bom caminho e que com mais trabalho vão conseguir fazer constar os seus nomes junto dos grandes canais.
Basquetebol nacional
Sou adepto do nosso basquetebol e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar a situação do nosso desporto ligado à bola ao cesto, numa altura em que numerosas interrogações se levantam sobre a presença e metodologia de trabalho do actual técnico contratado pela Federação Angolana de Basquetebol (FAB). Segundo algumas vozes, o americano contratado para dirigir a selecção nacional sénior masculina de basquetebol não pisou ainda o solo angolano para, de facto, trabalhar aqui. Teve algumas situações que o forçaram a manter-se distante de Angola, compreensivelmente os angolanos entenderam que fosse normal a ausência do treinador. Mas passadas largas semanas longe de Angola, parece não fazer sentido que o técnico da selecção nacional pretenda trabalhar à distância, como o acusam os comentaristas e órgãos de comunicação social. Atendendo à experiência que teve com a Nigéria, que o mesmo dirigiu à distância, muitos não hesitam em especular que Will Voigt parece pretender trazer para Angola a mesma experiência. Ou seja, treinar à distância do país em que vivem os jogadores, uma possibilidade que não se conjuga com a realidade angolana. Contrariamente a países cujos jogadores da selecção residem no estrangeiro, sendo alguns mesmo naturais, não faz sentido que o treinador tente manterse distante.
Ocultismo em Angola
Há dias, a Rádio MFM promoveu um debate sobre o ocultismo, feitiçaria e práticas similares em que foram convidados distintas figuras. Acho que o Estado devia regular a actividade ligada ao ocultismo e práticas análogas, embora muitos possam contrariar com alegações segundo as quais “essas coisas de feitiçaria” não existem.
Muitos alegam que o feitiço não existe, mas segundo a Bíblia ela, de facto, existe e não precisa de ser encarada como uma área do saber. Para mim, no fundo, o feitiço é apenas uma área do saber que não está ao alcance de todos, razão das especulações que gera. O importante é que as pessoas percebam bem o que é o ocultismo, as suas consequências e tomem a melhor decisão na hora de lidar ou não com essas práticas que fazem parte das nossas tradições.