Tribunal condena à morte 45 apoiantes de Kadhafi
Um tribunal líbio condenou à morte 45 militantes acusados de terem morto manifestantes na capital líbia, Tripoli, durante a revolta contra o regime de Muammar Kadhafi, em 2011, indicou o Ministério da Justiça.
Pelo menos 124 pessoas, todas sob custódia, estão a ser julgadas neste caso, precisou o Ministério em comunicado, citado pela agência noticiosa francesa AFP.
Desses detidos, 45 foram condenados à morte por fuzilamento, quatro a cinco anos de prisão e 22 foram absolvidos pelo tribunal de segunda instância da cidade de Tripoli.
O caso remonta a 21 de Agosto de 2011, data do início das manifestações na capital líbia contra o regime de Muammar Kadhafi, seis meses após a eclosão de uma revolta para o depor.
Militantes pró-Kadhafi terão então aberto fogo e matado dezenas de manifestantes perto do bairro de Abu Slim.
Muammar Kadhafi foi capturado e morto pelos rebeldes com a ajuda da OTAN em Outubro de 2011, próximo da sua cidade natal, Sirte. Em virtude de tudo o que depois se passou, a Líbia acolhe actualmente cerca de 679 mil pessoas em situação irregular, das quais 8 por cento são menores, indicou a Organização Internacional das Migrações (OIM).
A OIM precisa que os migrantes são originários de 42 países, tendo 65 por cento vindo do Egipto, Sudão, Chade e Níger.
A costa líbia entre Tripoli e a fronteira com a Tunísia tem sido nos últimos anos o principal reduto das máfias que traficam seres humanos. Dados da OIM indicam que mais de 171.635 imigrantes clandestinos conseguiram chegar à Europa em 2017, enquanto 3.116 desapareceram no Mediterrâneo. Em Janeiro deste ano mais de 6.200 fizeram a travessia e 359 morreram na tentativa de a fazer.