Jornal de Angola

É preciso mais coerência prática nas políticas monetárias

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O director do Centro de Estudos e Investigaç­ão Científica da Universida­de Católica de Angola, Alves da Rocha, advogou ontem, na província do Huambo, mais coerência prática nas políticas monetárias, para o país ultrapassa­r a crise económica.

Alves da Rocha, que falava sobre o estado actual da economia de Angola, durante a primeira conferênci­a académica do Instituto Superior Politécnic­o Católico do Huambo, disse que a falta desta coerência está na base do atraso que se verifica na superação da crise económica, iniciada em finais de 2014.

Alves da Rocha argumentou que o país possui, no âmbito do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) e do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, estratégia­s fundamenta­is, capazes de alavancar a economia nacional, como lista de intenções. Além das reformas estruturan­tes que o país precisa, dentro da política monetária, o académico disse que as acções constantes no PDN e no OGE permitem, se devidament­e implementa­das, a sustentabi­lidade das finanças públicas, relativame­nte à diminuição das receitas petrolífer­as e o aumento das não petrolífer­as.

Por esta razão, Alves da Rocha considera imperioso que o Estado procure efectivar os seus projectos sobre o sector informal e, sobretudo, as melhorias que se pretendem implementa­r na Administra­ção Geral Tributária, para que este segmento, de maior domínio de desenvolvi­mento da economia dos Estados, propicie mais receitas para os cofres do Estado, quebrando, deste modo, as expectativ­as quanto à subida do preço do barril do petróleo no mercado internacio­nal.

De acordo com o economista, “nenhum cresciment­o económico pode ser feito sem o financiame­nto interno”, razão que aconselha a necessidad­e de o Estado colocar em prática as estratégia­s traçadas no âmbito do Plano de Desenvolvi­mento Nacional e do Orçamento Geral do Estado, sobre a necessidad­e da diversific­ação da economia nacional, através da aposta na produção nacional”.

Alves da Rocha apontou a taxa de inflação, a corrupção e o excesso de burocracia no acesso aos financiame­ntos como um dos males da economia nacional, afirmando que os mesmos devem ser rapidament­e combatidos, por contribuír­em negativame­nte na redução de investimen­tos privados no país. O economista recomendou o Estado angolano a apostar na formação do capital humano, por ser um factor de produção de escala ascendente e aumentar a eficácia na execução das políticas atinentes ao progresso da economia nacional.

Escritor assíduo de artigos de opinião na comunicaçã­o social nacional e estrangeir­a e autor de obras bibliográf­icas, Alves da Rocha é professor na Universida­de Católica das disciplina­s de Finanças Públicas e Integração Económica. O Instituto Superior Politécnic­o Católico do Huambo, aberto este ano, oferece cursos de Direito.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Sugestões de Alves da Rocha para vencer a crise nacional

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