Meteorologia contribui para o desenvolvimento
A grande complexidade dos fenómenos meteorológicos, aliadas às mudanças climáticas, obrigam que os serviços de meteorologia tenham responsabilidades acrescidas no apoio ao sector produtivo e no desenvolvimento sustentável do país, admitiu ontem, em Luanda, o secretário de Estado para Tecnologia de Informação.
Ao intervir no seminário de capacitação dirigidos aos técnicos de sistemas de informação geográfica e de interpretação de i magem de satélites, Manuel Homem disse que o encontro surge com base num acordo de parceria entre o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica com o Centro Comum de Investigação da União Europeia-JRC.
De acordo com o responsável, a convenção enquadrase na estratégia do Executivo para o monitoramento do tempo e do clima e dotar o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica de valência para elaborar e divulgar previsões cada vez mais fiáveis, usando novas tecnologias de informação e comunicação.
O secretário de Estado para Tecnologia de Informação lembrou que o Executivo quer que haja mais competências dos técnicos na gestão e monitoramento dos fenómenos naturais do país.
No âmbito da parceria, que tem como coordenador nacional o Ministério da Economia e Planeamento, foram identificados os sectores de Telecomunicações e Tecnologia de Informação, Energia e Águas, Agricultura, Ambiente, Turismo, Defesa e Segurança. A formação surge como contributo do Instituto Nacional de Meteorologia para a disponibilização de informações sobre monitoramento do tempo e clima e para a planificação das actividades nos sectores acima referidos.
A acção formativa, com a duração de três dias, dirigida a um grupo de técnicos de sistemas de informação geográfica e de interpretação de imagem de satélites está a ser ministrada pelo investigador italiano, Ferdinando Urbano.
Durante a acção formativa, vão ser abordados temas como “Monitoramento de secas e cheias” , “Elaboração de boletins agrometeorológicos”, “Análise e interpretação de imagens de satélite” e “Os principais dados meteorológicos para o monitoramento das culturas”.
Dados estatísticos da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que, nos últimos dez anos, 80 por cento dos desastres naturais foram de origem meteorológica ou hidrológica.
Os prejuízos causados pelos desastres naturais, incluindo os de ordem hidrometeorológica, os abalos sísmicos e as erupções vulcânicas, atingiram anualmente, nos anos 90, cerca de 40 mil milhões de dólares.
Os dados da organização meteorológica apontam ainda que mais de 65 por cento destes prejuízos e cerca de 90 das mortes ocorridas tiveram como origem desastres naturais.