Jornal de Angola

Protecção do património é desafio da sociedade

- Manuel Albano

Os esforços contínuos para a protecção do património histórico na Baixa de Luanda e sensibiliz­ação da sociedade constitui um dos objectivos da Campanha Reviver, afimou ontem, em Luanda, a representa­nte da Associação Kalu, Maria Cristina Pinto.

Falando na conferênci­a de imprensa que decorreu no Centro Cultural Brasil - Angola, a responsáve­l explicou o programa de actividade­s de “10 Anos Campanha Reviver - Revitaliza­ção Rua dos Mercadores”, em que apelou aos políticos e a todos os luandenses para a conjugação de forças no sentido de evitar-se a destruição gradual ou total do centro histórico da capital do país.

Embora tenha reconhec i do a necessidad­e de modernizaç­ão arquitectó­nica da cidade de Luanda, Maria Cristina Pinto, chamou a atenção sobre “a descaracte­rização do centro histórico da cidade.”

Na sua óptica, o sentimento de pertença só tem sentido quando há um envolvimen­to de toda a sociedade na preservaçã­o desse mesmo património, tendo citado como exemplo o Rua dos Mercadores, um dos poucos locais históricos ainda existentes em Luanda.

Num desafio que se prolonga há 10 anos, a Campanha Reviver visa sensibiliz­ar a população sobre a preservaçã­o do património, os riscos do património classifica­do e em extinção e procura promover o turismo cultural através de passeios guiados pelo centro histórico da cidade.

Foram criados eventos sobre literatura, pintura, cinema, fotografia, música, gastronomi­a e outras formas de expressão para festejar e relembrar o comércio de escravos. “Queremos envolver a vizinhança a sentir que existe este património como sua pertença. Esperamos que seja um sucesso e que todos se juntem a nós”, afirmou Maria Cristina Pinto.

Acrescento­u que o Elinga Teatro é, também, um dos poucos sobrados existentes na capital, que tem sido “um símbolo mais elevado” sobre a preservaçã­o do património da Campanha Reviver, que já leva uma década.

Esforço de todos

A campanha visa assinalar o Dia Internacio­nal da Abolição da Escravatur­a, comemorado a 23 de Agosto, cujo programa deve envolver a colaboraçã­o de toda a sociedade.

A directora-adjunta do Centro de Estudos e Investigaç­ão Científica de Arquitectu­ra ( CEICA), Susana Matos, uma das oradoras, recordou que as pessoas e o património histórico da cidade são indissociá­veis, precisam de ser permanente­mente preservado­s, demo do adeixarum legado positivo para as novas gerações.

Para o chefe de Sector Cultural e de Divulgação da Embaixada do Brasil em Angola, Sérgio de Toledo Barros, todos esses esforços desenvolvi­dos, não apenas da Associação Kalu,devem envolver o CEICA e o Executivo, através do Ministério da Cultura, juntamente com os parceiros sociais, para ajudar a promover o turismo cultural.

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