Maioria de detidos na Lunda-Sul está sem ocupação profissional
Comandante provincial, comissário Aristófanes dos Santos, reconheceu que a cultura de denúncia de crimes tem melhorado mas ainda não atingiu os resultados desejáveis. A corporação tem mantido encontros regulares com vários estratos da sociedade
Ao todo, 929 cidadãos, dos quais 13 mulheres e seis estrangeiros, foram detidos, no primeiro semestre, na província da Lunda-Sul, por suspeita de estarem implicados em crimes de natureza diversa.
Em comparação com igual período de 2017, houve um aumento de 140 cidadãos detidos, informou o comandante da Polícia Nacional na Lunda-Sul, comissário Aristófanes dos Santos, quando falava ao Jornal de Angola sobre o estado da segurança pública na província.
A Polícia Nacional mantém o controlo da segurança pública na Lunda-Sul, onde não tem havido situações graves e de grande dimensão
Os seis estrangeiros - oriundos do Mali, Costa do Marfim, Guiné Conacry e da República Democrática do Congo - estão supostamente envolvidos em crimes de roubo, tentativa de suborno a agente da autoridade e condução ilegal, além de estarem em situação migratória ilegal.
Aristófanes dos Santos adiantou que, entre os 929 detidos, estão 853 indivíduos sem ocupação profissional e 76 são estudantes e trabalhadores, estando no grupo mecânicos, pedreiros, funcionários de empresas privadas, efectivos da Polícia Nacional, das Forças Armadas Angolanas e de empresas de segurança privada.
No primeiro semestre, foram registados na LundaSul 1.201 crimes, mais 247 casos em relação ao mesmo período de 2017, e esclarecidos 946. Deste número, 1.161, são crimes contra a segurança pública e 40 de natureza económica.
A maioria dos crimes foi registada no município de Saurimo, com 1.150 casos, seguido pelo de Dala, com 18, Cacolo, com 14, e Muconda, com 19. No rol dos 1.201 crimes registados, estão 766 cometidos contra a propriedade, sendo 312 furtos, 289 roubos, 41 casos de abuso de confiança, 26 casos de burla por defraudação, 11 tentativas de furto e três casos de fogo posto, entre outros casos.
Há também, entre os 1.201 crimes, 306 registados contra pessoas, sendo 205 ofensas corporais, 16 ameaças de morte, 23 violações sexuais, oito tentativas de violação, sete homicídios voluntários, oito crimes de ameaça de arma de fogo e dois casos de cárcere privado.
O Comando Provincial da Lunda-Sul registou entre 89 crimes contra a ordem e tranquilidade públicas, 17 por posse e uso de droga, cinco por falsificação de documentos, três por uso de documentação falsa, dois por fabrico, importação e comércio de armas ou explosivos, um caso de suborno e sete tentativas de rebelião. Os quarenta casos relacionados com crimes contra a economia, nos últimos seis meses, têm a ver com especulação de preços de medicamentos.
Criminalidade juvenil
A província da Lunda-Sul registou, no primeiro semestre, 35 crimes que envolveram 43 menores dos 12 aos 15 anos, entregues ao Julgado de Menores por serem inimputáveis. O comandante Aristófanes dos Santos disse estarem entre os 35 delitos 15 furtos de bens diversos, 14 roubos qualificados, cinco ofensas corporais e uma violação sexual.
O número de suicídios por enforcamento chegou a 15 casos, vitimando cidadãos dos 30 aos 65 anos.
Actualmente, a Polícia mantém o controlo da segurança pública na província da Lunda-Sul, onde “não tem havido situações graves e de grande dimensão” que possam alterar a ordem e segurança públicas. “A cultura de denúncia de crimes tem estado a melhorar, mas ainda não atingiu resultados desejáveis”, declarou Aristófanes dos Santos, que confirmou a realização de encontros regulares com vários estratos da sociedade.
Expulsão da corporação
Quatro efectivos da Polícia Nacional, detidos por furto, abuso de confiança e ofensas corporais, no primeiro semestre deste ano, podem ser expulsos da corporação.
A informação foi avançada pelo comissário Aristófanes dos Santos, que confirmou a abertura de processos-crimes e disciplinar, que podem culminar com o despedimento compulsivo.
O também delegado provincial do Ministério do Interior na Lunda-Sul afirmou que “qualquer agente da autoridade deve basear a sua acção na legalidade.”
Novos comandantes
Os novos comandantes municipais da Polícia Nacional, nomeados recentemente pelo comissário Aristófanes dos Santos, tomaram posse ontem na cidade de Saurimo.
A cerimónia de posse decorreu na sala de reuniões da Delegação Provincial do Ministério do Interior e foi orientada pelo delegado, comissário Aristófanes dos Santos. Na véspera da cerimónia, Aristófanes dos Santos informou ao Jornal de Angola que as recentes nomeações visam a melhoria da prestação da actividade policial na província, actualmente com cerca de 604 mil habitantes.