Seleccionador mantém jogadores concentrados
Angola pode falhar a defesa do título continental Sub-18 por falta de verbas para comprar os bilhetes de passagem
Apesar do atraso que se regista no embarque da Selecção Nacional masculina de basquetebol de Sub-18 para Bamako, Mali, palco do Campeonato Africano da categoria, com arranque previsto para amanhã, o seleccionador Manuel Silva “Gi” garante que vai continuar a trabalhar até haver um pronunciamento dos responsáveis do órgão reitor da modalidade.
Mesmo com o impasse, a equipa continua a trabalhar diariamente no Pavilhão Multiusos do Kilamba. “Vamos continuar a trabalhar, e aguardar que nos digam alguma coisa sobre a nossa participação. Por respeito aos jovens, e aos meus colegas da equipa técnica, vou continuar a liderar este grupo até ao termo do Afrobasket”, revelou.
O técnico disse que já não volta a falar sobre a sua saída do comando da selecção de Sub-18, de modo a evitar outros constrangimentos no seio do grupo de trabalho. A estabilidade é um factor importante para a concretização das metas, segundo Manuel Silva “Gi”.
“Nas conversas que temos mantido com os rapazes, passámos a mensagem de modo a prepará-los para os dois cenários: podemos ou não seguir viagem. Mas, isto não quer dizer que devem encarar as sessões de treino com abrandamento competitivo”, ressaltou.
Na última segunda-feira, o seleccionador anunciou em conferência de imprensa, na sede da Federação Angolana de Basquetebol (FAB), que deixaria o cargo após o regresso de Bamako. Na base desta decisão está a falta de informação por parte do órgão reitor, bem como a ausência de condições mínimas de trabalho, tendo em vista a “operação Bamako”.
A um dia do arranque do evento, não há qualquer informação sobre a compra dos bilhetes de passagem, por falta de verbas. Segundo a Rádio Cinco, o Ministério da Juventude e Desportos garante ter disponibilizado oito milhões de kwanzas, valor que até ao momento não chegou aos cofres da FAB, segundo o seu secretário-geral, Nelson Sardinha “Futuro”.
A par da questão financeira, a falta de cédulas para a emissão de passaportes, vem acrescer as preocupações da FAB. O Jornal de Angola apurou que cinco jogadores continuam sem o documento.
O grupo de 12 jogadores que vai defender o título conquistado em 2016, no Ruanda, será divulgado apenas depois de confirmada a data do embarque. Ontem, o grupo cumpriu com a 64ª sessão de treino, desde o início dos trabalhos, a sete de Junho.
Para esta empreitada, Manuel Silva, coadjuvado por Miguel Lutonda e Cesaltino Reis, trabalha com 16 atletas. Dos pré-convocados apenas um milita no exterior. Trata-se de Selton Miguel, do West Oaks Academy dos Estados Unidos.
Angola, Argélia, Egipto, Ruanda, Guiné Conacri, Senegal, Costa do Marfim, Líbia, Tunísia, Congo Democrático, Uganda e Mali são os países que vão discutir as duas vagas para o Mundial de Sub-19, com palco ainda por indicar pela FIBA.