Alemanha na modernização do sistema eléctrico nacional
No último dia da visita oficial, João Lourenço esteve na fábrica da multinacional alemã Siemens, presente em Angola desde os anos 1970, e recebeu em audiência responsáveis de várias empresas a operar no mercado angolano
No último dia da visita à Alemanha, o Presidente João Lourenço teve um encontro com o homólogo Frank-Walter Steinmeier, no Palácio de Bellevue, e visitou uma fábrica de tecnologia de alta tensão da multinacional Siemens, que se mostrou disponível para participar na modernização do sistema eléctrico nacional. A este respeito, o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, lembrou que grande parte dos equipamentos utilizados nas barragens em Angola é fornecida por empresas alemãs e a Siemens pode desempenhar um papel importante na modernização do sistema eléctrico do país.
O Presidente João Lourenço manteve ontem um encontro com o seu homólogo alemão, Frank-Walter Steinmeier, no Palácio Presidencial de Bellevue, onde assinou o livro de honra, no último dia da sua visita à Alemanha.
O Presidente da República recebeu, em audiência, responsáveis de várias empresas, entre os quais Christoph Kannengiesser, da África Verein, Sérgio Filipe, da Siemens, João Neto, da INZAG, Andreas Kiehlmann, da Voit Hidro e Hemult Gauff, da Gauf .
O Chefe de Estado visitou uma escola de formação da Siemens e uma fábrica de tecnologia de alta tensão da multinacional alemã.
Do grupo de jovens em formação estão dois angolanos, que frequentam o segundo ano do curso de Mecatrónica.
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, conferiu “grande importância” à visita do Presidente da República à Siemens, a maior fábrica de quadros eléctricos no mundo e sublinhou a necessidade de investir no conhecimento.
O ministro frisou que grande parte dos equipamentos utilizados para as barragens de Angola é fornecida por empresas alemãs e a Siemens pode desempenhar um papel importante na modernização do sistema eléctrico do país. “Temos vários projectos em curso e a tecnologia alemã é de qualidade indiscutível”, disse o ministro.
A este respeito, João Baptista Borges sublinhou que há projectos importantes em fase adiantada. “Com a tecnologia alemã, transferência de conhecimento e a capacidade de financiamento da Alemanha, podem ser executados alguns projectos que concorrem para o desenvolvimento do país", disse o ministro, que se referiu concretamente ao projecto de electrificação Namibe-Tômbwa e a modernização da rede eléctrica nacional.
A Siemens, com actividades em Angola desde os anos 1970, tem desenvolvido importantes projectos em áreas tão diversificadas como energia, indústria, transportes e infra-estruturas.
Em Angola, na área da energia, a Siemens foi responsável pelo projecto de construção, em regime chave na mão, da estação da Chicala, uma obra importante para aumentar a capacidade e eficácia na gestão e distribuição de energia eléctrica a Luanda. A empresa forneceu ainda turbinas a gás para alguns projectos mais em-blemáticos do país, como a Angola LNG e a Central Eléctrica do Soyo.
Na área de formação e educação, tem parcerias com o Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPETEC) e o Instituto Médio Politécnico do Soyo para equipar os estabelecimentos de ensino com tecnologias actuais em áreas de grande importância como a automatização ou a robotica.
Telemedicina
A ministra da Saúde, Sílvia Lutukuta, afirmou que a Siemens tem soluções tecnológicas para a área de telemedicina. “Não é a primeira vez que trabalhamos com esta empresa. Uma boa parte dos nossos equipamentos de imagem e de laboratório são da Siemens”, disse a ministra.
Uma das maiores preocupações do sector da Saúde é a assistência técnica. “Precisámos de assistência técnica garantida, porque só assim teremos projectos sustentáveis”, disse.
Com a transferência de tecnologia alemã e a capacidade de financiamento da Alemanha podem ser executados projectos que concorrem para o desenvolvimento de Angola
Para o ministro dos Transportes, Ricardo Abreu, a Siemens pode ser fundamental no transporte ferroviário ligeiro em Angola. Esclareceu que foi aprovado já um decreto presidencial neste sentido e estão em preparação os termos de referência para o estudo.
O ministro admitiu que “em Luanda as coisas são mais complicadas” e provavelmente essa experiência pode começar noutras cidades.
O Presidente da República regressa hoje a Angola, depois de uma visita de dois dias à Alemanha.