Directora-geral do FMI visita Angola em Dezembro
A directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, visita Angola em Dezembro próximo para discutir com as autoridades angolanas os programas a serem implementados com o apoio desta instituição de Bretton Woods, anunciou ontem, em Berlim, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.
Falando em entrevista exclusiva à Deutsch Welle (DW), o presidente João Lourenço disse que irá analisar com Christine Lagarde assuntos ligados a projectos e programas a serem financiados pela instituição monetária que dirige.
O Chefe de Estado fez este anúncio ao confirmar àquele órgãodeinformaçãoaaceitação, por parte do FMI, do pedido de assistência financeira solicitado pelo Governo. A uma pergunta da DW sobre as razões desta solicitação por parte do Governo angolano, João Lourenço considerou normal este financiamento que o FMI concordou em desbloquear, pois Angola é um membro contribuinte que tem direitos consagrados por aquela instituição financeira. “É uma assistência normal. Não se trata de um resgate como aconteceu com Portugal e a Grécia”, disse o Chefe de Estado angolano. Sobre o futuro das relações do Governo angolano com o FMI, João Lourenço disse esperar a “consolidação do casamento” entre as duas partes, a partir das conversações que serão realizadas em Outubro.
Num comunicado divulgado esta semana pelo Ministério das Finanças, relativo à missão de 14 dias que a organização de Bretton Woods efectuou ao país, foi indicado que o Executivo angolano "solicitou o ajustamento do programa de apoio do FMI, adicionando-se uma componente de financiamento".
A medida, cujas negociações começarão em Outubro próximo em Luanda, no quadro de nova missão, visa o apoio do FMI às políticas e reformas económicas definidas no Programa de Estabilização Macroeconómica (PEM) e no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) de 2018 a 2022.
O FMI confirmou na última terça-feira que recebeu um pedido do Governo angolano para o início de discussões de um programa económico financiado ao abrigo do Programa de Financiamento Ampliado (Extended Fund Facility-EFF).
No documento, Tao Zhang, director adjunto do FMI, refere que o pedido foi feito durante a missão de avaliação que a instituição efectuou a Angola de 1 a 14 deste mês e que as negociações para o empréstimo deverão começar "assim que for possível".
O programa de assistência financeira, refere o FMI, será suportado pelo Instrumento de Coordenação de Políticas (Policy Coordination Instrument - PCI).