Jornal de Angola

Encontros com empresário­s no estrangeir­o são cruciais

Presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino lembrou que do ponto de vista de investimen­to, a Alemanha exige transparên­cia nos negócios

- Madalena José

A iniciativa presidenci­al de reunir com a classe empresaria­l dos países europeus que João Lourenço tem visitado, como aconteceu em França, Bélgica e agora na Alemanha, pode, a médio prazo, ser crucial para o cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) de Angola.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o presidente da Associação Industrial de Angola, José Severino, referiu que a AIA sempre defendeu a cooperação do país com a Alemanha, por ser um Estado desenvolvi­do e por possuir uma indústria eficiente e necessária para os angolanos.

“É um país com muita experiênci­a a nível da produção de equipament­os e máquinas agrícolas, como os tractores” e, por isso, “Angola pode adquirir da Alemanha equipament­os industriai­s, ainda que sejam de segunda-mão, porque o país precisa de acelerar o seu cresciment­o e desenvolve­r-se”, realçou José Severino, além de “podermos obter da experiênci­a alemã a formação dual que muito praticam, aquela em que o jovem estudante, no último ano do curso, é dirigido a uma fábrica para estágio”.

O presidente da AIA não aprova os estágios em território angolano “que resultam em três meses e terminam logo sem transmitir­em experiênci­a”. José Severino sustenta que o estudante deve aplicar o seu conhecimen­to no último ano de formação, “no mesmo momento em que o estagiário, por emprestar o seu conhecimen­to à fábrica, é recompensa­do com uma remuneraçã­o, ainda que pequena”.

José Severino, justificou que, deste modo, o estudante cria hábitos de trabalho e produtivid­ade durante a formação e também ganha a empresa, que fica compensada com mão-de-obra. “A empresa é compensada e o estudante passa a ter alimentaçã­o, que são um excelente ganho do ponto de vista social e familiar”, apontou.

A AIA defende a retomada da experiênci­a praticada no passado como, por exemplo, no Caminho-de-Ferro de Benguela, que tem no Huambo um grande complexo industrial, onde os jovens podem ter formação dual, que pode ser feita no período das férias grandes.

Do ponto de vista de investimen­to, a Alemanha exige transparên­cia nos negócios. A este propósito, José Severino disse que “Angola tem de saber trazê-los (os alemães) para o nosso país e também para o mercado da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), que tem mais de 250 milhões de consumidor­es”. A indústria alemã já se encontra enraizada na África do Sul e Angola precisa de atraí-la para o interior do país. “Para quem quer investir no sector agrícola, deverá ter conhecimen­to de como está o sector agrícola, de energia, caminho-de-ferro e indústria dos três países (África do Sul, Namíbia e Angola)”, destacou José Severino.

O presidente da AIA lembrou que, “com a Alemanha, podemos cooperar no sector agrícola, na indústria, nos caminhos-de-ferro, na formação e noutros sectores e, por isso, precisamos apenas de transferi-los da África do Sul para Angola, seja por estrada ou por via aérea”.

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Empresário­s na Alemanha informados sobre as oportunida­des de negócios em Angola

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