Cruz Vermelha tem papel na transformação do país
Organização humanitária pode contribuir na implementação de projectos previstos no Plano de Desenvolvimento Nacional
O Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, disse ontem, em Luanda, que a Cruz Vermelha de Angola (CVA) tem um papel a desempenhar no actual processo de transformação do país, nomeadamente na implementação de vários projectos consagrados no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e nos objectivos de desenvolvimento sustentável 2030.
Bornito de Sousa, que discursou na sessão de abertura da IV assembleia geral da CVA, em representação do Chefe de Estado e presidente honorário da organização, João Lourenço, destacou o papel que a CVA desempenhou no país, em momentos difíceis da guerra e de catástrofes naturais.
O Vice-Presidente da República lembrou que o papel da organização se tem evidenciado desde a sua criação, tendo desenvolvido, em parceria com instituições públicas e privadas, várias acções relevantes nos domínios da saúde, assistência social e humanitária, bem como de voluntariado e desporto.
Diante de dezenas de voluntários e responsáveis da CVA, da representante da Federação Internacional da organização e do Crescente Vermelho, Lorraine Mangwiro, e da representante do Comité Internacional, Cynthia Brassard, citando o discurso de investidura do Presidente da República, no qual convidava as organizações da sociedade civil a intensificarem a sua acção cívica e a sua relação com os órgãos do Estado, contribuindo para a concepção e execução de políticas públicas consensuais, o Vice-Presidente saudou, nesse sentido, a realização da quarta assembleia geral da CVA, que marca um novo ciclo na sua organização e funcionamento.
“Acredito que a experiência por que a Cruz Vermelha passou e as lições que vem colhendo de outros países servirão de referência para o alcance dos objectivos pretendidos”, sublinhou Bornito de Sousa, acrescentando que só com trabalho sério, abnegado e em equipa se consegue resultados positivos e um desempenho sustentável.
Bornito de Sousa encorajou os colaboradores e voluntários da CVA a cooperarem com a direcção que sair das eleições, a serem realizadas hoje, realçando a importância de “reactivarem esta associação fundada em princípios como o humanismo, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade.”
“Formulo votos de êxitos à futura direcção da Cruz Vermelha de Angola e aos representantes desta associação ao nível das províncias e dos municípios”, concluiu Bornito de Sousa. Candidatos às eleições Para a corrida às eleições na Cruz Vermelha de Angola, estão três candidatos. Trata-se de Bebiana de Almeida “Bibi”, de 76 anos, e com um percurso marcado por um “voluntariado militante”, tendo passado em acções de ajuda humanitária em países como o Haiti, Mali e Madagáscar.
Economista e diplomata, Bebiana de Almeida, autora do livro “A Inquebrantável Vontade de Vencer: Do Lixo À Dignidade”, quer promover a unificação da “família Cruz Vermelha de Angola” para, em conjunto, aliviar o sofrimento das pessoas. Pretende também, entre outros objectivos, promover um diálogo abrangente. “Angola precisa de todos nós”, disse.
Carlos Gourgel, consultor jurídico, 60 anos, considera fundamental recolocar a CVA no seu devido lugar, “no lugar onde sempre pertenceu.” Para tal, promete olhar para a componente da organização da CVA e estabelecer um conselho nacional que responda às necessidades da organização para melhor servir o propósito do voluntariado. Por isso, defende que é necessário trabalhar com quem realmente se identifica com a causa da organização.
O terceiro candidato é o jurista e técnico de saúde de 47 anos Alfredo Elavoko. Ele defende que a CVA precisa, com a máxima brevidade possível, alterar o seu sistema operacional para que esteja em total sintonia com as outras “filiais” espalhadas pelo mundo. Defende a reconstituição da CVA e promete colocá-la mais próximo de quem realmente precisa.
Só com trabalho sério, abnegado e em equipa se consegue resultados positivos e um desempenho sustentável