Jornal de Angola

Pacto de Estabilida­de assinado antes das eleições de Novembro

No âmbito dos acordos estabeleci­dos em Conacri e em Lomé, vai ser assinado na Guiné-Bissau um Pacto de Estabilida­de, ainda antes das eleições legislativ­as marcadas para 18 de Novembro. Trata-se de um compromiss­o que envolve o Governo e a oposição e visa g

- Victor Carvalho

O Governo guineense anunciou num comunicado divulgado em Bissau que vai assinar com a oposição, ainda antes das eleições de 18 de Novembro, um Pacto de Estabilida­de que visa salvaguard­ar o futuro do país depois da ida às urnas.

A assinatura desse Pacto de Estabilida­de, que faz parte dos acordos obtidos nas negociaçõe­s de Conacri e de Lomé visa selar um compromiss­o nacional para a estabilida­de política, económica e social do país no período que se segue à realização das eleições.

A decisão de o Pacto de Estabilida­de ser assinado até à realização das eleições legislativ­as de 18 de Novembro foi tomada ontem no encontro entre o primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, e os partidos com representa­ção parlamenta­r (PAIGC, PRS, PCD, PND e UM) e que serviu, fundamenta­lmente, para definir as etapas que se seguem para a finalizaçã­o daquele documento.

O primeiro-ministro vai agora se reunir também com os partidos políticos sem representa­ção parlamenta­r e com a sociedade civil com o objectivo de obter mais contributo­s para o Pacto de Estabilida­de política.

Os formulário­s para o recenseame­nto eleitoral chegaram ao país dois dias antes do início do processo de cadastrame­nto dos potenciais votantes, ficando agora apenas a faltar os materiais para o registo biométrico prometidos pela Nigéria.

“Trata-se do primeiro passo para o início das operações práticas que antecedem os preparativ­os finais para as eleições”, disse o directorge­ral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), Alain Sanka.

Segundo este responsáve­l, estes 920 mil formulário­s foram fabricados na África do Sul, estando o recenseame­nto eleitoral a decorrer desde ontem até ao dia 23 de Setembro.

As autoridade­s guineenses debateram-se inicialmen­te com algumas dificuldad­es financeira­s e técnicas para a realização do recenseame­nto eleitoral, mas neste momento apenas faltam os equipament­os de registo biométrico que devem chegar ao país a qualquer momento.

O primeiro-ministro guineense já tinha afirmado na semana passada que o recenseame­nto poderia começar a 23 de Agosto, devido à cooperação com a Nigéria e a uma cooperação suplementa­r com Timor-Leste, esperando-se o registo de mais de um milhão de eleitores. O Governo de Timor-Leste, aliás, decidiu mesmo enviar para Bissau um representa­nte especial para identifica­r as derradeira­s necessidad­es do Governo guineense para a realização das eleições.

À margem desse processo o ministro da Defesa, Eduardo Costa Sanhá, disse que as Forças Armadas guineenses estão num processo de transforma­ção “irreversív­el com provas dadas na recente crise política, mostrando que não serão um factor de instabilid­ade, antes ou depois das eleições.”

Eduardo Costa Sanhá falava durante a cerimónia de entrega pelas Forças Armadas Marroquina­s de equipament­o técnico para o Hospital Militar, em Bissau.

Dirigindo-se ao chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas guineense, general Biaguê Nan Tan, o ministro da Defesa felicitou-o pela forma como tem conduzido a classe castrense, tornando-a num “factor determinan­te de coesão para a consolidaç­ão da paz e da estabilida­de.”

“A classe castrense deu provas de maturidade durante toda a crise política que assolou o nosso país num passado bem recente e provou, de forma convincent­e, que jamais será factor de instabilid­ade na República da Guiné-Bissau”, disse numa mensagem de tranquilid­ade a toda a população numa altura em que prosseguem, com o início do processo de recenseame­nto eleitoral, os derradeiro­s preparativ­os para a ida às urnas aprazada para o próximo dia 18 de Novembro.

A decisão de o Pacto de Estabilida­de ser assinado até a realização das eleições de 18 de Novembro foi tomada ontem no encontro entre o primeiro-ministro e os partidos com assento no Parlamento

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DR Primeiro-ministro Aristides Gomes busca consenso com todas as franjas da sociedade

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