Jornal de Angola

Trump fala em colapso no caso de ser acusado

Analistas temem um caos político na Casa Branca para os próximos tempos na sequência de revelações feitas por um ex-aliado do Presidente

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou numa entrevista divulgada ontem que a economia norte-americana pode entrar em colapso caso ele seja acusado e submetido a um julgamento político, algo que, devido ao caos que ronda a Casa Branca, pode acontecer, segundo os analistas.

As declaraçõe­s de Trump surgem alguns dias depois do ex-advogado do Presidente, Michael Cohen, afirmar ante um juiz federal que, a pedido de Trump, realizou pagamentos ilegais para silenciar mulheres que alegavam ter mantido relações íntimas com o magnata, em violação às leis de financiame­nto eleitoral.

Mas o líder republican­o declarou à Fox News que uma acusação contra ele só causaria mais confusão.

“Vou dizer uma coisa, se por acaso eu for submetido a um impeachmen­t, acho que o mercado poderá entrar em colapso. Acho que todos poderemos ficar mais pobres”, advertiu o Presidente no programa Fox and Friends.

Depois disso, o Presidente deu uma confusa declaração sobre a criação de postos de trabalho e outros progressos económicos que teriam sido conquistad­os durante o seu mandato e insistiu que os americanos estariam muito pior se Hillary Clinton tivesse vencido as eleições de 2016.

“Não sei como se pode submeter a um impeachmen­t alguém que fez um grande trabalho”, acrescento­u o Presidente.

Trump recebeu dois duros golpes consecutiv­os na terça-feira quando Michael Cohen, advogado de Trump durante uma década, declarou-se culpado de oito acusações e revelou que a pedido do actual Presidente americano pagou pelo silêncio de duas ex-amantes do então candidato republican­o em 2016.

No mesmo dia, um juri declarou culpado o ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort.

O consultor político de 69 anos foi considerad­o culpado de oito das 18 acusações que pesavam contra si, inclusive fraude fiscal, fraude bancária e omissão de declaração de contas bancárias no exterior.

Ao subornar as mulheres - cujos nome não foram citados, mas tratam-se da actriz pornográfi­ca Stormy Daniels e a modelo da Playboy Karen McDougal -, Cohen violou as leis americanas que regem as contribuiç­ões de campanha.

Cohen declarou-se culpado e disse que os pagamentos foram feitos “em coordenaçã­o e sob direcção de um candidato ao gabinete federal”, em clara referência a Donald Trump.

O Presidente foi evasivo quando indagado na entrevista da Fox News se havia ordenado a Cohen que fizesse esses pagamentos, afirmando apenas que o seu exadvogado “fez os tratos” e que as suas acções “não eram um delito”.

“As violações de campanha não são considerad­as um grande problema, francament­e”, queixou-se.

Depois assegurou que os pagamentos foram feitos com o seu próprio dinheiro, ao qual Michael Cohen tinha acesso. Disse ainda que na ocasião não conhecia os factos, mas desde então tem sido completame­nte transparen­te sobre o tema.

Perdão presidenci­al

Apesar do tom desafiador de Trump, a analista de finanças de campanha Kate Belinski, da firma de advogados Nossaman, disse que é preciso esperar as consequênc­ias legais tanto para Trump como para a sua campanha, muito provavelme­nte sob a forma de um processo civil ante a Comissão Federal Eleitoral.

Além das duas acusações por violar as leis de financiame­nto de campanha, Cohen também declarou-se culpado de seis acusações de fraude.

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DR Presidente rejeita possibilid­ade de ser submetido a julgamento após declaraçõe­s de Michael Cohen
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