Jornal de Angola

1º de Agosto cria condições para chegar inteiro ao Congo

Militares perseguem a conquista de um resultado positivo em casa de modo a limitar a força do adversário no desafio de Lubumbashi

- Honorato Silva

À espera do lucro, depois de superar o principal objectivo na prova, a entrada na fase de grupos, com a passagem para os quartos-de-final da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol, o 1º de Agosto prepara, ao detalhe, a recepção ao TP Mazembe do Congo Democrátic­o, sábado às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, apostado em vencer, de modo a chegar inteiro a Lubumbashi.

O peso competitiv­o do colosso africano leva os militares do Rio Seco, em estágio a partir de hoje, a redobrar a entrega nos treinos, mas sem complexos de subserviên­cia, conforme assegurou Ivo Traça, adjunto do sérvio Zoran Macki:

“Não vamos falar muito, mas sim trabalhar e esperar pelo jogo. Teremos um 1º de Agosto à altura. Vai ganhar quem for melhor”.

A mensagem de confiança dos jogadores foi passada por Buá, que, numa tirada filosófica, lembrou que quem quer ser grande tem de jogar com os grandes. “Temos uma palavra a dizer. Vamos entrar 11 contra 11. Vai haver surpresa nesse jogo”.

As contas da eliminatór­ia giram em torno do triunfo em casa e, com isso, viajar algo tranquilo para os domínios do vice-campeão congolês, favorito a estar presente nas meias-finais, etapa que, a ser atingida pela equipa rubra e negra, será o melhor registo de Angola na competição continenta­l, depois de em 2001, sob o comando do brasileiro Djalma Alves Calvacanti (falecido), o Petro de Luanda ter passado da fase de grupos.

O treino de ontem de manhã, no Estádio França Ndalu, reuniu todos os disponívei­s do plantel, com a inclusão dos nigerianos Yisa e Razaq, bem como do congolês democrata Bobó, recémregre­ssados ao país. O ensaio das variantes tácticas tem dominado o trabalho do embaixador angolano.

A equipa volta a treinar hoje, no mesmo recinto, com o foco na padronizaç­ão de jogadas montadas da análise feita ao estilo de jogo do TP Mazembe, gigante que privilegia a componente técnica, apoiada na pressão alta e no contacto físico.

Bilhetes na rua

No capítulo organizati­vo, o clube militar montou um programa especial de venda de bilhetes. A loja móvel dos rubro e negros sai à rua, para, em pontos estratégic­os da cidade de Luanda, facilitar o acesso dos adeptos interessad­os em assistir ao jogo no estádio.

Nas redes sociais, nomeadamen­te no facebook, as abordagens apontam para uma hipotética partilha da lotação do 11 de Novembro, a julgar pela grande comunidade de cidadãos do Congo Democrátic­o. Os Agostinos manifestam-se dispostos a contrariar esse cenário, com a presença em maior número.

Em 2009, na segunda eliminatór­ia da Liga dos Campeões, o TP Mazembe eliminou o Petro de Luanda, com o agregado de 5-1, mercê da vitória (3-0), em Lubumbashi, e confirmaçã­o da vantagem (2-1), no Estádio Nacional da Cidadela.

Adeptos atentos

Quem é o todo poderoso? Pergunta João Casimiro “John Casy”, adepto do 1º de Agosto, no facebook, que, com recurso a pesquisas na Internet, partilha informação sobre o visitante, fundado em 1939, por monges beneditino­s que dirigiam o Instituto de São Bonifácio Elisabethv­ille.

Os 5 títulos da Liga dos Campeões (1967, 1968, 2009, 2010, 2015), 3 Taças Nelson Mandela (1980, 2016, 2017), 3 Supertaças Africanas (2010, 2011, 2016) e o segundo lugar do Mundial de Clubes, em 2010, são os destaques do vasto palmarés do clube tutelado pelo milionário Moise Katumbi.

O internauta dá igualmente ênfase ao plantel composto pelos guarda-redes Ibrahim Mounkoro (Mali), Sylvain Gbohouo (Costa do Marfim) e Ley Matampi (Congo Democrátic­o); os defesas Joel Kimwaki, Jean Kasusula, Arsène Zola, Issama Mpeko, Kévin Mondeko, Kino Mwelwa (todos do Congo Democrátic­o) e Kabaso Chongo (Zâmbia); os médios Christ Kisangala (Congo Democrátic­o), Nathan Sinkala (Zâmbia), Christian Koffi (Costa do Marfim), Rainford Kalaba (Zâmbia), Abdoulaye Sissoko (Mali), Miché Mika e Glody Likonza (Congo Democrátic­o) e os avançados Landry Tchatchet (Camarões), Trésor Mputu, Déo Kanda, Jackson Muleka, Elia Meschack, Robert Mbelu, Ben Malango e Chico Ushindi (todos do Congo Democrátic­o).

Atento à força ofensiva do adversário, John Casy chama atenção para Ben Malango, 7 golos, e Elias Mechack, 3, os principais finalizado­res da equipa na Liga dos Campeões.

As contas da eliminatór­ia giram em torno do triunfo em casa e, com isso, viajar algo tranquilo para os domínios do vicecampeã­o congolês, favorito a estar presente nas meias-finais

 ?? EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Rubro e negros vão para o jogo motivados pela conquista de mais um campeonato nacional
EDIÇÕES NOVEMBRO Rubro e negros vão para o jogo motivados pela conquista de mais um campeonato nacional

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola