Professores voluntários
Perto de uma centena de professores voluntários do ensino primário, I e II ciclos e candidatos aprovados no concurso público da educação de 2014 manifestaram-se, ontem, frente ao Gabinete Provincial da Educação e do Governo Provincial.
Por trás do movimento está a não admissão no concurso público deste ano, visto que, como justificam, a direcção cessante da educação prometeu a entrada directa dos professores voluntários no sector tão logo houvesse vagas.
Segundo os manifestantes, a promessa não foi cumprida e os candidatos foram obrigados a participar nos testes deste ano e não foram aprovados.
Abel Chimuco, professor voluntário de Língua Portuguesa da Escola do I Ciclo Maria de Lurdes, participante na manifestação, disse não compreender a posição dos responsáveis que dirigem o sector a nível da província.
“Nos trabalhamos como voluntários há quatro anos; foi-nos prometida a entrada directa assim que houvesse um novo concurso. Muitos de nós participamos no concurso de 2014 e fomos apurados. Durante esse período, trabalhámos com muito amor à profissão, cumprindo com todos os aspectos pedagógicos exigidos pelo sector a nível das escolas”, disse.
Maria dos Anjos, também manifestante, disse não compreender os resultados apresentados pela comissão de avaliação, já que as notas divulgadas não reflectem aquilo que os professores voluntários fizeram.
Governo reage
O Governo Provincial do Namibe exarou, ontem, um comunicado de imprensa, no qual afirma nunca ter havido “um compromisso entre voluntários e o Governo, na relação de que quem estivesse a leccionar como voluntário seria admitido no quadro de docência sem concurso público”.
De acordo com o comunicado, foram realizados inúmeros encontros de esclarecimento sobre as normas e procedimentos para o concurso público no sector da Educação, lançado no presente ano, a prescrição do concurso do ano 2014 e a não admissão de qualquer candidato sem a realização da respectiva prova foram informações destacadas.
“É importante recordar que os voluntários surgiram por manifestação de interesse de estar na docência, para manutenção da actividade prática (leccionar), conforme se verifica nos requerimentos lavrados pelos mesmos e os termos de compromisso existentes”, lê-se no documento, no qual o Governo Provincial reconhece a “atitude patriótica” dos referidos professores, tendo em conta o défice de docentes.