Angola reavalia estratégias para impulsionar o sector
Dados do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas do Ministério do Turismo indicam que em 2017, as receitas do sector atingiram dez mil milhões de kwanzas e cinco mil milhões no primeiro semestre do ano em curso
Os principais eixos de desenvolvimento do turismo em Angola para os próximos cinco anos, período em que se espera do sector uma contribuição anual de quatro por cento no Produto Interno Bruto (PIB) são reavaliados hoje, na cidade do Namibe, num fórum promovido pelo Ministério do Turismo.
Inserido num programa institucional alusivo ao Dia Mundial do Turismo, que se assinala hoje sob o lema “o turismo e a transformação digital”, o fórum aborda, entre outros temas, o “turismo regional, enquadramento e perspectivas”, “ecoturismo”, “turismo étnico e cultural”, “o papel e importância das associações profissionais no desenvolvimento do turismo sustentável e regional” e “a legislação sobre o visto de turismo nas fronteiras”.
No âmbito dos esforços nacionais de diversificação da economia e em harmonia com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2017, as autoridades estabeleceram como meta uma participação anual do sector de quatro por cento na formação do PIB, muito acima dos 0, 6 pontos percentuais que se verificam actualmente, em resultado da crise económica e financeira que retraiu o fluxo de turistas estrangeiros para o país e à fraca atractividade dos produtos internos, afirmou recentemente o director do Instituto de Fomento do Turismo (INFOTUR), Simão Pedro.
Citando fontes da Associação de Hoteleiros e Resortes de Angola (AHRA), o responsável do turismo indicou que o sector da Hotelaria e Turismo perdeu quase 50 por cento de postos de trabalho, uma situação que se pretende reverter. “Com o novo quadro, estamos a ver mais postos de trabalho, redução dos custos, maior competitividade dos serviços entre os próprios operadores e isso terá, necessariamente, reflexo no produto final”, afirmou.
Dados do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas (GEPE) do Ministério do Turismo indicam que em 2017, as receitas do turismo atingiram dez mil milhões de kwanzas e no primeiro semestre do ano em curso, cinco mil milhões. Ainda de acordo com informações do GEPE do Ministério do Turismo, as receitas do ano passado representam um decréscimo de dois mil milhões de kwanzas em relação a 2016, quando o sector gerou 12 mil milhões de kwanzas, o que o director do GEPE atribuiu à precária situação económica que o país atravessa. Em 2017, entraram em Angola 260,961 mil turistas. As províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Huambo e Cabinda são as que mais turistas receberam, enquanto os principais países de origem foram a África do Sul, Namíbia e a República Democrática do Congo.
Em curso desde o dia 23, as jornadas nacionais deste ano do Dia Mundial do Turismo reservam particular importância à região Sul, onde é assinado hoje um protocolo de entendimento entre os governadoresdoCuandoCubango, Huíla, Cunene, Namibe, para o fomento do turismo em cada uma das províncias.
O protocolo prevê a criação de condições técnicas para a formação contínua de operadores do turismo e a facilitação das ligações aéreas, terrestres e ferroviárias para os locais turísticos nas províncias signatárias.
As autoridades estabeleceram como meta uma participação anual do sector do turismo de quatro por cento na formação do PIB, muito acima dos 0, 6 que se verificam agora, em resultado da crise económica e financeira
O movimento de turistas no mundo em 2017, de acordo com a Organização Mundial do Turismo, registou um crescimento de 7,00 por cento, a maior subida desde 2010. O crescimento nas chegadas traduziu-se num forte aumento nas exportações geradas pelo turismo, que atingiram 1,6 triliões de dólares, tornando-o o terceiro maior sector das exportações do mundo. proteger a produção nacional, existindo planos concretos que vão desde a imposição de barreiras tarifárias aduaneira e não aduaneiras , bem como outros apoios que garantem o êxito da produção, comercialização e a criação de emprego.
O representante residente do BAD, Joseph Ribeiro, revelou que o banco financiou vários projectos no país, apontando uma linha de crédito de 520 milhões de dólares comparticipada pelo BPC em 320 milhões para o financiar micros, pequenas e médias empresas e outra 200 milhões constituída com o Banco Angolano de Investimento para apoiar operações de financiamento no sector do comércio.
Calcula-se que o IAF-2018 vai analisar mais de 1.500 projectos a nível continental, numa iniciativa em que o BAD conta com a parceria de instituições financeiras de África, Europa e da América.