EUA dispostos a ajudar no retorno de capitais
Em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores assinou o Acordo Geral de Cooperação, com a Arábia Saudita
Os Estados Unidos da América estão disponíveis a ajudar Angola no processo de repatriamento de capitais domiciliados no estrangeiro de forma ilícita, garantiu, em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto.
À imprensa quinta-feira em Nova Iorque, o ministro Manuel Augusto indicou que teve contactos com o Departamento de Estado norteamericano e recebeu a garantia de que vão apoiar o Governo angolano “em todas as reformas que se julgarem necessárias.”
“No que diz respeito ao repatriamento de capitais, as autoridades financeiras norteamericanas têm possibilidades de ajudar-nos e estão dispostas a fazê-lo”, sublinhou.
Outra questão discutida, segundo Manuel Augusto, tem a ver com as restrições que Angola tem no acesso aos dólares dos Estados Unidos. Sobre o assunto, Manuel Augusto informou que “as autoridades americanas reafirmaram a disposição em reanalisar a situação.”
“Fizemos um apelo no sentido de, para apoiar as reformas, é preciso que o Governo tenha a almofada financeira que se requer. Sendo um país que trabalha com produtos como o petróleo e o diamante cuja moeda de pagamento é essencialmente o dólar, não faz sentido que tenhamos essas restrições”, disse.
O Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola, acrescentou, vão continuar os contactos – já iniciados - com as autoridades americanas para que, num futuro breve, as restrições a Angola no acesso ao dólar possam desaparecer.
O governador do BNA, José de Lima Massano, anunciou a realização de um encontro, esta semana, em Nova Iorque, com a Reserva Federal dos Estados Unidos.
Ao fazer o balanço da visita do Presidente João Lourenço a Nova Iorque, Manuel Augusto disse que os objectivos estabelecidos foram alcançados.
Alem do discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, na quarta-feira, dia em que completou um ano desde a sua investidura, João Lourenço reuniu-se com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, e com os presidentes de Cuba, Miguel Diaz-Canel, e da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic.
Os encontros, segundo Manuel Augusto, deram proeminência a aspectos de cooperação económica e à perspectiva do reforço das relações ou seu estabelecimento nos casos em que não existem.
O Presidente da República participou no fórum de negócios Estados Unidos -Angola, com empresários dos dois países. Segundo Manuel Augusto, “foi uma ocasião muito bem aproveitada pelos empresários para escutarem do Presidente João Lourenço aquilo que Angola tem e o que precisa para crescer e, também, para dizerem ao Chefe de Estado aquilo que a comunidade internacional pode fazer nesta nova Angola.”
O ministro das Relações Exteriores considerou importante a presença de responsáveis máximos da OPIC (Agência Americana de Investimento no Estrangeiro) no segundo encontro que o Chefe de Estado teve com várias empresas, incluindo o sector financeiro, que vão financiar a aquisição de novas aeronaves para a TAAG.
Para Manuel Augusto, esta disponibilidade das instituições americanas é resultado de uma maior crença da comunidade de negócios na seriedade do Governo, na transparência dos processos e na segurança jurídica do investimento.
Manuel Augusto assinou quinta-feira, na sede das Nações Unidas, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Com isso, explicou, Angola alinha com a comunidade internacional na luta pela não proliferação de armas nucleares. Não obstante não sermos produtores, acrescentou, devemos estar alinhados com todos os que querem uma humanidade cada vez mais segura e livre dessa ameaça.
Acordo com Arábia Saudita
Em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores assinou também o Acordo Geral de Cooperação, com o homólogo da Arábia Saudita, Adel al-Yubeir, na sequência de contactos iniciados há mais de duas semanas naquele país do Médio Oriente.
Segundo Manuel Augusto, que disse estar “muito optimista com o acordo.” “Há um campo a explorar por ambas as partes, produtores de petróleo e membros da OPEP.”
“É um acordo geral que vai ser o 'guarda chuva' de todas as acções de cooperação “, disse o ministro, que anunciou, para breve, a deslocação a Luanda de uma delegação empresarial e de fundos de instituições da Arábia Saudita, para a identificação de áreas especificas de cooperação”, disse. O ministro saudita considerou o acordo “um sinal que os dois países são amigos, parceiros e têm interesse em elevar as relações a um patamar mais alto”. mente aos cidadãos para denunciarem os estrangeiros que vivem naquela parcela do território nacional de forma ilegal e aqueles que facilitam a entrada irregular de estrangeiros, bem como arrendamento de estabelecimentos e residências.
Daniel Neto considera igualmente indispensável o envolvimento da população no combate ao vandalismo dos bens públicos, fenómeno que, em seu entender, tem estado a aumentar na província.
Os representantes dos partidos políticos comprometeram-se a apoiar a acção do Governo no combate a estes fenómenos e outros males como a criminalidade, mediante denúncias, e a sensibilizar a população sobre as consequências de tais práticas.
O encontro visou também auscultar os principais problemas que afligem a população local, principalmente ligados aos sectores da Educação, Saúde, Emprego e Energia e Águas.
“Fizemos um apelo no sentido de, para apoiar as reformas, é preciso que o Governo tenha a almofada financeira que se requer”