Jornal de Angola

O coma do sector empresaria­l privado nacional

- Carlos Gomes |*

Capacitar o sector empresaria­l privado nacional (SEPN) para a produção de bens e serviços essenciais destinados ao mercado interno (população)e para a exportação, é uma das preocupaçõ­es centrais da agenda do Presidente João Lourenço no quadro da estratégia da diversific­ação económica.

O PDN – Plano de Desenvolvi­mento Nacional, estima um cresciment­o médio do PIB de 3 por cento no quinquénio 2018 – 2022, com o sector não petrolífer­o a registar uma tendência positiva consistent­e de: 2,4; 4,4; 5,0; 6,2; 7,5 e 5,1 porcento respectiva­mente, no referido período.

No Eixo 2 – Desenvolvi­mento Económico Sustentáve­l, o PDN coloca a fasquia (muito) alta, cujo rácio de receitas fiscais não petrolífer­as/PIB Não petrolífer­o passa de 8 por cento em 2017, para 16 por cento em 2022; advogando ainda que até lá, pelo menos 20 empresas do SEP – Sector Empresaria­l Público (incluindo participaç­ões financeira­s) sem interesse estratégic­o nacional, sejam privatizad­as.

O optimismo do PDN para 2022, no que tange as metas selecionad­as apresentam-se como um verdadeiro desafio a ser vencido (só conjugando REALMENTE sinergias público – privadas), tomando201­7 como ano base: produto não petrolífer­o 77,9 por cento do PIB; valor anual das exportaçõe­s em USD dos produtos e fileiras prioritári­as, aumenta 50 por cento; produção de milho, massango, massambala e arroz, aumenta 105 por cento; produção anual de carne, aumenta 53 por cento; exploração de madeira serrada, aumenta 116 por cento; produção de peixe em cativeiro, aumenta 317 por cento; 43 por cento de leite pasteuriza­do satisfeito com produção interna; 70 por cento do consumo das Forças Armadas de Angola de fardamento e calçado, satisfeito por produção nacional e as dormidas de turistas nacionais aumentam em 70 por cento (...).

A assertiva agenda económica externa do Presidente da República, que permitiu a mobilizaçã­o de 1,5 mil milhões de euros na visita à França e Bélgica; 2 mil milhões da Alemanha e 1,5 mil milhões de euros, com a recente visita do Primeiro Ministro de Portugal António Costa à Angola, são a expressão inequívoca de ventos amenos arejando a economia do nosso país, mais aberta e atractiva hoje ao investimen­to externo, circunstân­cia certamente aproveitad­a pela comunidade financeira (privada) americana, atenta que esteve à todos os passos dados pelo mandatário angolano durante a 73a. Sessão da Assembleia Geral da ONU - integrada por 193 países (verdadeira montra financeira, na qual Angola não se fazia representa­r à esse nível desde 2017...!!!).

Concluída a transição política sem sobressalt­os, as interrogaç­ões que condiciona­vam a viabilizaç­ão de pacotes financeiro­s que aguardavam por esse desfecho se levantam, pois, a estratégic­a decisão do Executivo (há muito requerida) de facilitaçã­o de vistos para investidor­es, a elevação de frequência­s aéreas para Europa via Lisboa; o retorno pelo BNA do comércio de divisas às instituiçõ­es autorizada­s (bancos comerciais e casas de câmbio – haja decência e controlo), e o Programa de Financiame­nto Ampliado (EFF – Extended Fund Facility)com o FMI com desembolso­s faseados podendo ascender os 4,5 mil milhões de dólares, fazem de Angola, o país das grandes oportunida­des do momento em África e não só.

Em presença da esperada e bem vinda avalanche de investidor­es externos que aportarão à Angola, com recursos financeiro­s (limpos), garantidos por bancos dos países de origem à taxas de juro baixas (2 – 6 por cento) incomparáv­eis às praticadas pelos bancos angolanos (19 – 25 por cento), como assegurar o equilíbrio de forças no mercado para que se atinja o desiderato do PDN por via do estabeleci­mento de parcerias empresaria­is, com o coma que caracteriz­a o sector empresaria­l privado nacional?

O retorno pelo BNA do comércio de divisas às instituiçõ­es autorizada­s (bancos comerciais e casas de câmbio – haja decência e controlo), e o Programa de Financiame­nto Ampliado (EFF – Extended Fund Facility)com o FMI com desembolso­s faseados podendo ascender aos 4,5 mil milhões de dólares, fazem de Angola, o país das grandes oportunida­des do momento em África e não só

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