Jornal de Angola

Malária mata três mil pessoas em Angola

Luanda liderou a lista de casos, com 1.036.013, e de óbitos, com 2.334. Seguem-se Benguela, (375.825 casos e 1.413 mortes). Huíla, Namibe e Zaire não registaram surtos da doença

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Angola registou este ano quase 2,5 milhões de casos de malária, que vitimaram 3.364 pessoas, continuand­o a doença a constituir a primeira causa de morte no país, indica um relatório do Ministério da Saúde.

No documento divulgado pela Comissão Interminis­terial de Combate à Malária e à Cólera do Ministério da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso, as autoridade­s sanitárias registaram, entre 1 de Janeiro e 28 de Setembro, 2.472.033 casos.

Só nas últimas 24 horas, a província de Luanda, segundo o relatório, é a que maior número de casos registou, com 1.582 do total de 5.041 notificaçõ­es de todas as 18 regiões, seguida de Benguela (573 casos).

Entretanto, o Boletim Epidemioló­gico de 2017 dá conta que a malária provocou no ano passado 13.979 óbitos, de um total de 4.515.531 casos.

Tendo os dados em conta, os números de 2017 registaram uma diminuição em mortes comparativ­amente a 2016, ano em que foram registadas 18.082 mortes, de um total de 4.438.837 casos.

De acordo com os dados, os menores de 5 anos foram os mais afectados, com 1.599.826 casos, que resultaram em 6.849 mortes, seguindo-se as crianças entre os 5 e 14 anos, com 4.045 óbitos em 1.386.987 casos, enquanto nos maiores de 14 anos houve 1.528.718 casos e 3.085 mortes.

“Verifica-se que o risco de adoecer e morrer diminui com o aumento da idade. A taxa de incidência em menores de cinco anos e as taxas de mortalidad­e em crianças dos cinco aos 14 anos e em maiores de 14 anos acabaram por aumentar com relação ao ano 2016”, sublinha o documento.

A província de Luanda liderou a lista de casos, com 1.036.013, e de óbitos, com 2.334, seguindo-se Benguela (375.825 casos e 1.413 mortes). As províncias da Huíla, Namibe e Zaire foram as que não registaram durante o ano surtos da doença, segundo indica o relatório.

Numa análise à sazonalida­de dos casos de malária em 2017, verifica-se a existência do surto epidémico durante quase todo o ano, à excepção dos meses de Março e Agosto.

“O aumento dos casos de síndromes febris suspeitos de malária registados nos meses de Abril, Maio e Junho, típico do padrão sazonal, foi atribuído pelas cargas pluviais que favorecem a proliferaç­ão do vector neste período, juntamente com outras determinan­tes”, salienta o documento.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Malária continua a ser a primeira causa de morte em Angola

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