Jornal de Angola

Estrangeir­os com passaporte angolano são responsabi­lizados

- César Esteves

O Estado está a desenvolve­r acções para localizar e levar à Justiça estrangeir­os que, no exterior, se fazem passar por angolanos, por estarem a manchar o bom nome do país com os seus actos, revelou ao Jornal de Angola o director-geral adjunto do Serviço de Migração e Estrangeir­os (SME).

João Machado, que falava à margem de um encontro que analisou, em Luanda, os pactos globais da migração, organizado pelo Alto-Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e pela Rede de Protecção ao Migrante e Refugiado, disse que depois da detenção os referidos indivíduos vão ser repatriado­s. “Quanto aos do-cumentos angolanos, como o passaporte, que eles trataram de forma fraudulent­a, vamos recolhêlos e inutilizá-los”, frisou o responsáve­l.

O comissário de Migração João Machado acrescento­u que, embora o SME tenha desencadea­do uma série de acções junto dos países onde os estrangeir­os se encontram, ainda não obteve uma resposta concreta para o problema.

A uma pergunta sobre como esses estrangeir­os conseguem, com alguma facilidade, obter o passaporte angolano, o director-geral adjunto do SME esclareceu que a falha não parte do Serviço de Migração e Estrangeir­os.

O erro, disse, começa nas instituiçõ­es que tratam do registo dos cidadãos, como é o caso das Conservató­rias de Registo Civil, Lojas de Registo e dos Postos de Identifica­ção. “Se o Bilhete de Identidade que nos for apresentad­o por eles reunir todos os requisitos legais, o SME não tem como não emitir o passaporte”, esclareceu. Para que tal erro deixe de existir, João Machado deu a conhecer a existência de um trabalho conjunto entre o SME e o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) que vai pôr termo a estas práticas.

Quanto à situação actual dos refugiados em Angola, João Machado garantiu estar controlada. O SME está a desenvolve­r um processo que vai culminar com a atribuição de novos cartões de refugiados mais seguros.

João Machado garantiu que todos os refugiados que se encontram em Angola estão documentad­os. Neste momento, o SME está a fazer a actualizaç­ão dos documentos. “Dentro em breve, estaremos em condições de passar os novos documentos aos refugiados”, salientou. O comissário de Migração informou que o SME recenseou cerca de 30 mil requerente­s de asilo que aguardam pelo estatuto de refugiado e 19 mil já dispõem de estatuto.

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