Jornal de Angola

Empresa de Pontes começa a pagar 56 meses de salários

- Graciete Mayer|

A Empresa Nacional de Pontes (ENP) começa a pagar, este mês, os salários em atraso dos trabalhado­res, anunciou ontem, em Luanda, o director-geral, José Henriques. Há mais de 56 meses que a empresa não efectua o pagamento regular dos salários, tendo por isso, uma dívida com os trabalhado­res no valor de 3,6 mil milhões de kwanzas. A ENP e o consórcio de empresas sino-angolanas (constituíd­as pelas Adisandra, Feront e CRBG da China) rubricaram, ontem, um acordo de cooperação, com o objectivo de reestrutur­ar e potenciar a empresa. Actualment­e, a dívida global da ENP está avaliada em 5,4 mil milhões de kwanzas, dos quais 3,6 mil milhões têm a ver com salários em atraso. Além dos ordenados vão ser pagos com “certa urgência” os atrasados do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), a Segurança Social e a dívida aos credores.

A Empresa Nacional de Pontes (ENP) começa, no final deste mês, a fazer o pagamento, de forma faseada, dos 3,6 mil milhões de kwanzas de salários em atraso, referentes a mais de 56 meses.

De acordo com o director-geral da empresa, José Henriques, em declaraçõe­s, ontem, ao Jornal de Angola, além dos salários, vão ser pagos, com "certa urgência", os atrasados do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), da Segurança Social e da dívida para com credores.

A dívida global da ENP, segundo o responsáve­l, está avaliada em 5,4 mil milhões de kwanzas, dos quais 3,6 mil milhões são referentes a salários.

Ontem, a ENP e o consórcio de empresas sinoangola­nas, constituíd­o pela Adisandra, Feront e CRBG da China, rubricaram um acordo de cooperação, com objectivo de reestrutur­ar a construtor­a de pontes.

Foram signatário­s do acordo o director-geral, José Henriques, e o representa­nte do consórcio sino-angolano, Liu Huoyuan. Na ocasião, o responsáve­l da ENP corrigiu a informação que dá conta da privatizaç­ão da empresa.

"Não haverá privatizaç­ão. O que está a ocorrer é um processo de reestrutur­ação com financiame­nto externo. Estamos em presença de um acordo de cooperação estratégic­a, com o objectivo de potenciá-la e resolver os problemas que existem," assegurou.

José Henriques admitiu a existência de "sérios problemas financeiro­s" na empresa, mas que não a levaram à total insolvênci­a. Explicou que, numa primeira fase, o consórcio vai disponibil­izar cerca três mil milhões de kwanzas - não dois mil milhões de dólares, como foi veiculado - para o início do processo de reestrutur­ação da empresa.

Com mais de 300 trabalhado­res em todo o país, a ENP pretende, segundo o director, tirar proveito deste acordo, para promover acções de formação para os trabalhado­res e recrutar mais de 500 profission­ais nos próximos anos.

O ministro da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, disse, em Agosto , num seminário sobre as “Principais Irregulari­dades na Administra­ção Pública e a Lei”, promovido pela Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE), que a ENP seria privatizad­a e que estava a desenrolar-se um processo de negociação com empresas interessad­as.

Por outro lado, o Executivo está a analisar a possibilid­ade de privatizar empresas públicas e remeter à Assembleia Nacional uma proposta de lei sobre o assunto, anunciou, em Luanda, a secretária de Estado para Finanças e Tesouro.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO ENP e consórcio de empresas rubricaram acordo de parceria

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