“Matei o meu marido porque era feiticeiro”
Cristina Sara,
47 anos, cumpre pena maior na Cadeia de Luzia por ter tirado a vida ao homem com quem partilhou cama e mesa durante 19 anos.
Condenada a 20 anos por assassinato, mantém até hoje a versão de que a morte de dois dos quatro filhos é resultante de feitiço praticado pelo marido. Com recurso a um barrote, matou o marido quando este dormia. Na cadeia, recebe regularmente visitas da família. No quotidiano, ocupa-se da confecção de alimentos para a população prisional.
A Cadeia de Luzia alberga 371 reclusos, sendo 159 detidos e 212 condenados. Entre os condenados estão dez estrangeiros, dos quais cinco são homens e igual número de mulheres. Quatro cidadãos da República Democrática do Congo e um da África do Sul foram condenados por violação, furtos e consumo de estupefaciente. Uma das mulheres foi condenada por crime de rebelião e quatro por homicídio voluntário. O director adjunto da cadeia, superintendente Sebastião Alberto, informou que há dez reclusos com penas já vencidas, mas ainda continuam detidos por falta de pagamento de multas resultantes da condenação e das indemnizações impostas pelo Tribunal Provincial da Lunda-Sul. O comportamento dos reclusos é avaliado trimestralmente pela área de Reeducação Penal. Um número considerável de reclusos está num programa de “trabalho socialmente útil”, nas áreas de electricidade, canalização, carpintaria, agricultura e culinária. A Cadeia de Luzia dispõe de dez hectares para o cultivo, em cujo terreno são produzidos mandioca, batata doce, milho, feijão, quiabo e outros produtos.