Polícia tem dez suspeitos de assassinar um autarca
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) da Polícia moçambicana anunciou que há dez suspeitos no caso do homicídio, há um ano, de Mahamudo Amurane, presidente do Conselho Municipal de Nampula, principal cidade do Norte do país.
A informação foi prestada um dia antes de se completar um ano sobre o homicídio e nas vésperas da realização de eleições autárquicas, sem que até agora tenham sido conhecidos os desenvolvimentos obtidos na investigação.
Os dez indiciados aguardam pelo desenrolar do processo para saber se vão ser acusados ou não pelo Ministério Público e estão em liberdade, referiu Leonardo Simbine, chefe do Departamento de Relações Públicas do Sernic, em conferência de imprensa. A polícia de investigação remeteu recentemente o processo para a Procuradoria-Geral de Nampula, acrescentou.
O porta-voz do Sernic referiu igualmente que há membros seniores do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) entre os dez indiciados pelo assassinato de Mahamudo Amurane, que na altura estava em ruptura com o partido ao qual pertencia.
O porta-voz do Sernic acrescentou que a investigação tem em conta ameaças que alguns membros do partido haviam proferido contra Amurane, informações divulgadas agora pela polícia de investigação numa altura em que decorre a campanha eleitoral autárquica, com eleições marcadas para dia 10 de Outubro.
Questionado pelos jornalistas sobre a oportunidade da divulgação das informações, tendo em conta o momento político, Leonardo Simbine referiu ser “coincidência”.
Mahamudo Amurane tinha 44 anos e estava acompanhado, no rés-do-chão da sua casa, quando a 4 de Outubro de 2017 um homem se aproximou e disparou. O autarca ainda foi transportado para uma unidade de saúde de Nampula, mas viria a falecer ao fim do dia – no feriado em que Moçambique celebra o aniversário dos Acordos de Paz de 1992.