Embaixador considera momento de esperança
O embaixador do Brasil em Angola, Paulino Franco de Carvalho, disse ontem em Luanda, momentos depois da votação para as eleições presidenciais no seu país, que os brasileiros esperam por mudanças nos sectores sociais, nomeadamente na educação, saúde e economia.
“A economia precisa de crescer mais, e este é o desejo de todos nós, independentemente das preferências políticas”, disse o diplomata, referindo que a campanha eleitoral foi muito bem feita, os brasileiros residentes em Angola receberam as mensagens dos candidatos por via da mídia tradicional e sobretudo através das redes sociais.
De acordo com o diplomata, cerca de 400 brasileiros estavam previstos para votar nestas eleições em Angola e a nível de toda a diáspora o número passa 500 mil, cujo voto tem sempre algum peso na escolha de um Presidente no seu país.
Antes do início da votação, na Embaixada do Brasil, ao Miramar, em Luanda, alguns eleitores não escondiam a sua opção, a maioria dizia votar em Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal.
A maioria dos brasileiros que reside em Angola é de opinião que o novo Presidente resultante das eleições deve mudar as actuais políticas nos sectores da educação, saúde e economia para haver maior desenvolvimento.
Os eleitores começaram a acorrer ao local por volta das oito horas, num ambiente tranquilo e em segurança, garantida por agentes da Polícia Nacional.
Aos profissionais de comunicação social não foi permitida a entrada no interior da Embaixada, onde os cidadãos brasileiros exerciam o seu direito de voto, mas puderam constatar que a votação decorreu de forma ordeira e sem incidentes.
Marcelina Moreira Marinho, 49 anos, residente em Angola desde 1987, disse ter exercido o seu direito de voto a partir do estrangeiro pela quarta vez e nunca foi decepcionada pelos candidatos que sempre votou.
Mas apesar de tudo, disse que para ela o candidato que vencer as eleições deve melhorar as condições de educação, saúde e que aprove a pena de morte para diminuir a criminalidade no Brasil.
Waldir de Oliveira, 62 anos, vive em Angola há 15 anos, exerceu o direito de voto pela terceira vez, e lamentou o facto de ter sido decepcionado por candidatos que já votou nas eleições anteriores, mas considera ser necessário implementar mudanças no país e apontou também a necessidade de o novo Presidente do Brasil trabalhar na questão da segurança pública.
“Sinto-me mais seguro em Angola”, disse, sublinhado que é preciso que o Brasil tenha segurança para que os estrangeiros se possam sentir também bem lá. Alexandra Santos é cidadã brasileira, mas não votou, mas acompanhou o marido que foi exercer o seu direito de voto.
De 40 anos, Alexandra Santos, disse que não trouxe o seu Título (Cartão Eleitoral), o que lhe impediu votar, mas tinha o seu candidato de preferência que não escondeu de dizer. "Se tivesse que votar, votaria em Jair Bolsonaro", referindo que a sua opção fundamenta-se no facto de o candidato do Partido Social Liberal ter boas propostas sobre a família.
Apesar de não exercer o seu direito de voto, Alexandra, está consciente que terá de justificar a sua falta às eleições e pagar uma multa, sob pena de arcar com as consequências, como a perda de direito do passaporte e pedido de crédito bancário.
Os brasileiros no estrangeiro votam apenas para o Presidente da República e não para senadores, deputados e nem para governadores. O embaixador do Brasil em Angola disse que por razões organizativas ainda não é possível estender para o exterior do Brasil as eleições para senadores, deputados e governadores dos Estados Federais.
A votação para Presidente centralizaram as atenções ontem, tendo na corrida como favoritos Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT). Em Angola vivem cerca de 15 mil brasileiros e a maioria reside em Luanda.Entretanto o comunicado da Embaixada da República Federativa do Brasil em Luanda dá conta que a votação da primeira volta das eleições presidenciais brasileiras ocorreu em condições de normalidade na sede da Embaixada, entre as 8H00 e as 17 horas do dia 7 de Outubro de 2018, tendo registado a presença de 166 eleitores.