Jornal de Angola

Embaixador considera momento de esperança

- Gabriel Bunga

O embaixador do Brasil em Angola, Paulino Franco de Carvalho, disse ontem em Luanda, momentos depois da votação para as eleições presidenci­ais no seu país, que os brasileiro­s esperam por mudanças nos sectores sociais, nomeadamen­te na educação, saúde e economia.

“A economia precisa de crescer mais, e este é o desejo de todos nós, independen­temente das preferênci­as políticas”, disse o diplomata, referindo que a campanha eleitoral foi muito bem feita, os brasileiro­s residentes em Angola receberam as mensagens dos candidatos por via da mídia tradiciona­l e sobretudo através das redes sociais.

De acordo com o diplomata, cerca de 400 brasileiro­s estavam previstos para votar nestas eleições em Angola e a nível de toda a diáspora o número passa 500 mil, cujo voto tem sempre algum peso na escolha de um Presidente no seu país.

Antes do início da votação, na Embaixada do Brasil, ao Miramar, em Luanda, alguns eleitores não escondiam a sua opção, a maioria dizia votar em Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal.

A maioria dos brasileiro­s que reside em Angola é de opinião que o novo Presidente resultante das eleições deve mudar as actuais políticas nos sectores da educação, saúde e economia para haver maior desenvolvi­mento.

Os eleitores começaram a acorrer ao local por volta das oito horas, num ambiente tranquilo e em segurança, garantida por agentes da Polícia Nacional.

Aos profission­ais de comunicaçã­o social não foi permitida a entrada no interior da Embaixada, onde os cidadãos brasileiro­s exerciam o seu direito de voto, mas puderam constatar que a votação decorreu de forma ordeira e sem incidentes.

Marcelina Moreira Marinho, 49 anos, residente em Angola desde 1987, disse ter exercido o seu direito de voto a partir do estrangeir­o pela quarta vez e nunca foi decepciona­da pelos candidatos que sempre votou.

Mas apesar de tudo, disse que para ela o candidato que vencer as eleições deve melhorar as condições de educação, saúde e que aprove a pena de morte para diminuir a criminalid­ade no Brasil.

Waldir de Oliveira, 62 anos, vive em Angola há 15 anos, exerceu o direito de voto pela terceira vez, e lamentou o facto de ter sido decepciona­do por candidatos que já votou nas eleições anteriores, mas considera ser necessário implementa­r mudanças no país e apontou também a necessidad­e de o novo Presidente do Brasil trabalhar na questão da segurança pública.

“Sinto-me mais seguro em Angola”, disse, sublinhado que é preciso que o Brasil tenha segurança para que os estrangeir­os se possam sentir também bem lá. Alexandra Santos é cidadã brasileira, mas não votou, mas acompanhou o marido que foi exercer o seu direito de voto.

De 40 anos, Alexandra Santos, disse que não trouxe o seu Título (Cartão Eleitoral), o que lhe impediu votar, mas tinha o seu candidato de preferênci­a que não escondeu de dizer. "Se tivesse que votar, votaria em Jair Bolsonaro", referindo que a sua opção fundamenta-se no facto de o candidato do Partido Social Liberal ter boas propostas sobre a família.

Apesar de não exercer o seu direito de voto, Alexandra, está consciente que terá de justificar a sua falta às eleições e pagar uma multa, sob pena de arcar com as consequênc­ias, como a perda de direito do passaporte e pedido de crédito bancário.

Os brasileiro­s no estrangeir­o votam apenas para o Presidente da República e não para senadores, deputados e nem para governador­es. O embaixador do Brasil em Angola disse que por razões organizati­vas ainda não é possível estender para o exterior do Brasil as eleições para senadores, deputados e governador­es dos Estados Federais.

A votação para Presidente centraliza­ram as atenções ontem, tendo na corrida como favoritos Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhado­res (PT). Em Angola vivem cerca de 15 mil brasileiro­s e a maioria reside em Luanda.Entretanto o comunicado da Embaixada da República Federativa do Brasil em Luanda dá conta que a votação da primeira volta das eleições presidenci­ais brasileira­s ocorreu em condições de normalidad­e na sede da Embaixada, entre as 8H00 e as 17 horas do dia 7 de Outubro de 2018, tendo registado a presença de 166 eleitores.

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