Separatistas anglófonos atrapalham escrutínio
Os separatistas das regiões anglófonas de Camarões cumpriram as ameaças de perturbar ontem a eleição presidencial, na qual o Chefe de Estado, Paul Biya, de 85 anos, é favorito.
Três homens armados, supostos separatistas, que atiravam contra transeuntes em Bamenda, na região anglófona do noroeste do país, foram mortos após uma troca de tiros com a Polícia. Na madrugada de ontem, na mesma cidade, um tribunal foi incendiado por homens armados, segundo testemunhas.
Em Buea, no sudoeste, outra região anglófona foram ouvidos vários tiros, informou a agência francesa AFP.
Os disparos foram efectuados contra um veículo do jornal governamental Cameroon Tribune e contra o do vice-prefeito, mas não fizeram feridos.
Os separatistas ameaçaram impedir o bom desenvolvimento das eleições nessas regiões.
Para tentar garantir a segurança do pleito, o Exército foi enviado para três das 10 regiões do país: o extremo norte, onde lutam os extremistas do Boko Haram, e as duas regiões anglófonas do noroeste e do sudoeste, onde separatistas armados reivindicam a independência.
Contudo, as autoridades camaronesas mostram-se tranquilas: as eleições acontecerão em todo o território, assegurou o ministro da Administração Territorial em meados de Setembro.
O conflito contra os combatentes separatistas não pára de se agravar desde o início da crise, no fim de 2016, quando as reivindicações corporativistas anglófonas deram lugar a manifestações e muitas detenções.