PERISCÓPIO Promessas
O governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, anunciou, recentemente, uma série de medidas para a organização do comércio informal na província que há muito deviam ter deixado de ser promessas, mas, enfim, como costuma dizer-se, “antes tarde do que nunca.”
A esmagadora maioria das medidas prometidas, para não dizer todas, foram, algumas repetidamente, sugeridas neste espaço e noutros deste jornal.
A ideia nunca foi, jamais será, dizer mal por prazer, sadismo. O objectivo é cumprir uma das funções de qualquer órgão de comunicação social, criticar, apontar erros que levem a correcções. Infelizmente, Luanda é um manancial de motivos de crítica. Os atropelos ao bom senso, lógica, decência, organização, bom gosto, asseio, saúde pública, urbanismo são tantos que se torna fastidioso, para o leitor, enunciá-los.
O governador fez o anúncio de uma lista de medidas que, na verdade, devem vigorar em qualquer bairro, aldeia, vila, cidade de qualquer distrito, município, província. Em Luanda, como ele confirmou, ainda não. Provavelmente, por tão extenso o rol, esqueceu-se de referir os traficantes de dinheiro ilegal.
Que passam os dias de perna traçada, a atentar pública e acintosamente contra a economia nacional, num convite ao ócio. Com “atestado de impunidade.”