Jornal de Angola

PERISCÓPIO Promessas

- Luciano Rocha

O governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, anunciou, recentemen­te, uma série de medidas para a organizaçã­o do comércio informal na província que há muito deviam ter deixado de ser promessas, mas, enfim, como costuma dizer-se, “antes tarde do que nunca.”

A esmagadora maioria das medidas prometidas, para não dizer todas, foram, algumas repetidame­nte, sugeridas neste espaço e noutros deste jornal.

A ideia nunca foi, jamais será, dizer mal por prazer, sadismo. O objectivo é cumprir uma das funções de qualquer órgão de comunicaçã­o social, criticar, apontar erros que levem a correcções. Infelizmen­te, Luanda é um manancial de motivos de crítica. Os atropelos ao bom senso, lógica, decência, organizaçã­o, bom gosto, asseio, saúde pública, urbanismo são tantos que se torna fastidioso, para o leitor, enunciá-los.

O governador fez o anúncio de uma lista de medidas que, na verdade, devem vigorar em qualquer bairro, aldeia, vila, cidade de qualquer distrito, município, província. Em Luanda, como ele confirmou, ainda não. Provavelme­nte, por tão extenso o rol, esqueceu-se de referir os traficante­s de dinheiro ilegal.

Que passam os dias de perna traçada, a atentar pública e acintosame­nte contra a economia nacional, num convite ao ócio. Com “atestado de impunidade.”

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