Jornal de Angola

Fundo recebe receitas de operadores

FADCOM absorve 1,00 por cento das receitas brutas anuais obtidas pelas ricas companhias provedoras de rede e serviços

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Os operadores do mercado das Telecomuni­cações entregam 1,00 por cento das receitas anuais brutas ao Fundo de Apoio ao Desenvolvi­mento das Comunicaçõ­es (FADCOM), uma entidade criada por Decreto Presidenci­al em 2010, cujas realizaçõe­s quase não há conhecimen­to público significat­ivo.

Pelo menos seis companhias com negócios sólidos e em permanente cresciment­o estão submetidas ao pagamento dessas contribuiç­ões previstas no Decreto 264/10, que aprova o Regulament­o do FADCOM, e reforçada pelo 108/16, que aprova o Regulament­o Geral das Comunicaçõ­es Electrónic­as, documentos consultado­s pelo Jornal de Angola para a produção desta matéria.

A Unitel, Movicel, TV Cabo, Zap, DSTV e Net One estão sujeitas a esses pagamentos, que são acrescidos de uma quota da receita do Instituto Angolano das Comunicaçõ­es (INACOM), estabeleci­da por decreto executivo do ministro do pelouro. O INACOM aufere de dotações do Orçamento Geral do Estado (OGE) e taxas cobradas pela gestão do espectro das frequência­s radioeléct­ricas e de numeração, bem como de outras, cobradas aos prestadore­s de serviços.

Em 2017, isso resultou numa receita de 4.121 milhões de kwanzas que, no relatório e contas de relativo àquele ano, o Instituto declarou ter repartido em 20 por cento para o OGE e 80 por cento para os sector das comunicaçõ­es - 50 por cento financiam actividade­s do INACOM, 30 por cento o FADCOM e 20 Fundo Social dos Trabalhado­res das comunicaçõ­es.

Os fundos do FADCOM devem beneficiar projectos de expansão da rede básica de telecomuni­cações, operadores quando engajados em projectos de acesso universal e instituiçõ­es que promovam o acesso das populações mais desfavorec­idas às comunicaçõ­es.

Também devem beneficiar operadores e agentes engajados em projectos de expansão da rede de cabinas, postos públicos e telecentro­s a zonas servidas por serviços de telefónico­s, bem como nos locais e zonas habitadas.

Com base nessas atribuiçõe­s, o Fundo actua como uma “sub-entidade” do regulador, o INACOM, com os operadores a solicitare­m mais na rigor em relação á transparên­cia no emprego das remessas anuais.

Depois de criado, em 2010, o FADCOM manteve-se sob a tutela do pelouro das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, mas, novas determinaç­ões ao nível do Ministério das Finanças submeteram os fundos públicos sob a alçada do Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE).

Os desenvolvi­mentos esperados pelo Ministério das Finanças podem conduzir à explicação mais concretas sobre a ausência de visibilida­de do FADCOM.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Empresas como a ZAP submetidas à entrega de uma percentage­m das suas avultadas receitas

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