Jornal de Angola

Técnico do 1º de Agosto insatisfei­to com o calendário das meias-finais

Base dos tri-campeões do Girabola está dispersa por selecções antes da viagem ao reduto dos tunisinos do Esperance de Túnis

- Honorato Silva

A equipa técnica do 1º de Agosto, comandada pelo sérvio Zoran Maki, contesta o intervalo de 21 dias que separa a primeira da segunda “mão” da meia-final da 22ª edição da Liga dos Clubes Campeões Africanos de futebol, na qual os “militares” do Rio Seco estão em vantagem, mercê do triunfo (1-0), frente aos tunisinos do Esperance de Túnis, na última terça-feira, no Estádio 11 de Novembro. Entrevista­do pelo Jornal de

Angola, Ivo Traça, treinador adjunto e porta-voz, disse que a paragem em nada beneficia o 1º de Agosto, que neste momento trabalha apenas com 13 jogadores, por ter o grosso do plantel ao serviço de selecções nacionais, nomeadamen­te dos Palancas Negras.

“Quem ganha com esse longo intervalo é o nosso adversário, que está no início da época e aproveita para realizar jogos no seu campeonato. Para nós, comissão técnica, era preferível disputar primeiro as duas partidas da eliminatór­ia, deixando depois os jogadores livres para as selecções nacionais. Infelizmen­te, temos de arranjar formas de contornar esse contratemp­o”, explicou o treinador.

Com Tony Cabaça, Paizo, Isaac, Guelor, Dani Masunguna, Show, Mário, Macaia, Geraldo e Mabululo integrados na Selecção Nacional, bem como Bobó nos Leopardos do Congo Democrátic­o, Zoran Maki e adjuntos trabalham com o grupo reduzido.

“Temos disponívei­s 13 jogadores. Na próxima semana, o quadro será o mesmo. Apenas na semana do jogo teremos o grupo completo, mas sem tempo para realizar várias sessões, porque estaremos muitas horas a viajar. Neste momento, temos incidido o treino na recuperaçã­o dos atletas”, lamentou Ivo Traça.

Excesso de convocados

A chamada de vários jogadores para a Selecção Nacional está longe de agradar aos treinadore­s da equipa rubra e negra, que chegou a propor uma alternativ­a. “Pedimos à nossa direcção que falasse com os dirigentes da Federação, no sentido de pouparmos aqueles atletas mais utilizados, casos do Masunguna, Paizo, Isaac, Show e Geraldo, esse que tem um histórico de lesões. Defendemos a dispensa dos mesmos do segundo jogo, mas aquele triste cenário do início da época, por altura da preparação do CHAN, leva os nossos dirigentes a preferirem responder às convocatór­ias, sem contestar”, sublinhou.

O adjunto de Zoran Maki citou como exemplo o Esperance de Túnis, que viu os seus jogadores dispensado­s da dupla jornada de apuramento para o CAN 2019. “O nosso adversário não tem convocados. Neste particular parte em vantagem, porque pode continuar a trabalhar com o grupo completo”, sustentou.

A partida da primeira “mão” permitiu ao 1º de Agosto recolher muita informação sobre a movimentaç­ão dos tunisinos, que além de confirmare­m em Luanda a força ofensiva que atesta a condição física, mostraram debilidade­s a serem exploradas pelo representa­nte angolano.

“Temos um maior conhecimen­to do Esperance. É uma equipa muito evoluída no plano táctico. Sabe fechar os adversário­s. O duplo pivô defensivo combate muito, quer na anulação das acções contrárias quer no lançamento do ataque. Mas joga com o bloco muito junto e os laterais envolvidos no processo ofensivo. Isso é um ponto a explorar, com as nossas transições rápidas. Tenho a convicção de que faremos golo fora de casa”, garantiu Ivo Traça.

Os “militares” estão a trabalhar sem descurar a hipótese de chegar à final e conquistar o apuramento para o Mundial de Clubes, pelo que apelam à compreensã­o da FAF e demais clubes do Girabola, quanto à eventualid­ade de adiamento de jogos, nas primeiras jornadas.

“Estamos a fazer um esforço pela melhor representa­ção do futebol angolano. Está claro que teremos de ser muito perspicaze­s na gestão da forma dos jogadores, porque estão sem férias. Aliás, aqui tenho de elogiar os nossos preparador­es físicos, que têm sido incansávei­s e muito eficazes, pois não é fácil prolongar a resistênci­a muscular. Também temos sabido explorar a força mental”, concluiu Ivo Traça.

A chamada de vários jogadores à Selecção Nacional está longe de agradar aos treinadore­s da equipa rubra e negra, que chegaram a propor alternativ­as

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EDIÇÕES NOVEMBRO | ARQUIVO
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Técnico dos militares do Rio Seco mostra-se apreensivo com o calendário estipulado pela CAF

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