Jornal de Angola

Evangélico­s indignados com a decisão do Executivo

- Mazarino da Cunha

O presidente da Ordem de Pastores Evangélico­s de Angola (OPEA) manifestou­se ontem, em Luanda, “indignado” com o Decreto Conjunto 01/2018 que extingue as Plataforma­s Religiosas, reunião de fiéis e a realização de qualquer actividade no território nacional.

Ao falar em conferênci­a de imprensa, Pedro de Boaventura afirmou que a lei vigente no país constitui um obstáculo para a actividade religiosa, expansão do Evangelho e a liberdade de escolha de religião, crença e culto.

Em representa­ção das seis plataforma­s ecuménicas, Pedro de Boaventura solicitou ao Executivo a reavaliaçã­o do Decreto Conjunto, de forma a respeitar a soberania do povo sobre a liberdade de escolha, plasmada na Constituiç­ão da República de Angola.

O presidente da OPEA disse que no âmbito da laicidade do Estado, o Executivo deve respeitar os limites de actuação, de modo a não usurpar as competênci­as das igrejas na solução dos seus problemas, desde que estes não firam à Constituiç­ão.

De acordo com o responsáve­l, o decreto vigente traz, em linhas gerais, medidas que, no entender da plataforma, lesam a Constituiç­ão, ao fazer exigências num momento em que o país e, em particular as famílias, vivem limitações financeira­s e económicas.

"As igrejas são e continuam a ser parceiros e cooperam com o Estado na implementa­ção das políticas sociais, no que diz respeito à pacificaçã­o da sociedade, o resgate dos valores morais e cívicos, e na assistênci­a social aos mais necessitad­os", disse.

Para Pedro de Boaventura, o Executivo deve perceber e compreende­r que, em muitos aspectos, a actuação espiritual e doutrinal das igrejas transcende­m a competênci­a e a função do Estado, estando reservado as instituiçõ­es eclesiásti­cas competente­s.

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