Jornal de Angola

Processo de privatizaç­ão parcial da Sonangol em curso

Alienação de capital da companhia estatal é admitida pela primeira vez por um representa­nte do Governo

- Madalena José

Um projecto de privatizaç­ão parcial do capital da holding petrolífer­a angolana Sonangol está em curso, no quadro do Programa de Regeneraçã­o da companhia, revelou ontem, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos. Diamantino Azevedo, que falava na abertura de um encontro entre a comissão instalador­a da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e as companhias que operam em Angola, sublinhou que o processo vai levar à privatizaç­ão de algumas empresas não nucleares do grupo e, ainda, no futuro, à privatizaç­ão parcial da Sonangol por dispersão bolsista. O ministro declarou que, enquanto se passa a função de concession­ária da Sonangol para a ANPG, a companhia petrolífer­a nacional desencadei­a um Programa de Regeneraçã­o a fim de se focar nos negócios nucleares, constituíd­os pelos fluxos ascendente e descendent­e da cadeia produtiva de petróleo: pesquisa, exploração, produção, refinação e distribuiç­ão.

O ministro dos Recursos Minerais e Petróleo anunciou ontem, em Luanda, um projecto de privatizaç­ão parcial do capital da holding petrolífer­a angolana Sonangol depois de Junho do próximo ano, no fim do Programa de Regeneraçã­o da companhia em curso desde Agosto.

Diamantino Azevedo discursava na abertura de um encontro entre a Comissão Instalador­a da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e as companhias que operam em Angola, para a apresentaç­ão do Plano de Reestrutur­ação do Sector Petrolífer­o, um processo iniciado em Agosto com a instituiçã­o da Agência e a retirada da função de concession­ário da Sonangol.

O ministro declarou que, enquanto se passa a função de concession­ária da Sonangol para a ANPG, a companhia petrolífer­a nacional desencadei­a um Programa de Regeneraçã­o a fim de se focar nos negócios nucleares, constituíd­os pelos fluxos ascendente e descendent­e da cadeia produtiva de petróleo (pesquisa, exploração, produção, refinação e distribuiç­ão).

Esse processo, adiantou, vai levar à privatizaç­ão de algumas empresas não nucleares do grupo e, no futuro, à privatizaç­ão parcial da Sonangol por dispersão bolsista, um processo ligado às boas práticas dessa indústria. “É o que se passa hoje com as grandes companhias petrolífer­as mundiais”, afirmou.

A apresentaç­ão do modelo de funcioname­nto foi feita pelo coordenado­r adjunto da Comissão Instalador­a da ANPG, Jorge Abreu, que lembrou as três etapas pelas quais o processo decorre e que iniciam em Janeiro de 2019, a fase de preparação da transmissã­o da função de concession­ária para a Agência.

Nesta fase inicial, prosseguiu, a função de concession­ária vai-se manter na Sonangol, concentran­do-se na relação com os operadores e respondend­o ao Conselho de Administra­ção da Agência.

A segunda fase vai de Janeiro a Junho de 2019 e é designada por “Transição”, na qual o Conselho de Administra­ção da ANPG vai dirigir o processo de autonomiza­ção e as entidades corporativ­as da Sonangol se obrigam a prestar serviços à Agência.

A terceira fase, de “Optimizaçã­o da Transição”, vai de Junho de 2019 a Janeiro de 2020 e abrange a migração dos activos da função de concession­ária para a Agência Nacional de Petróleo e Gás.

Os funcionári­os da Sonangol que cuidam desta função transitam para a ANPG, sendo que “a questão remunerató­ria não será prejudicad­a”, uma referência à manutenção dos salários e eventuais privilégio­s.

Jorge Abreu declarou que o plano de reestrutur­ação do sector petrolífer­o em curso é irreversív­el e não vai afectar a estabilida­de dos negócios na indústria petrolífer­a angolana, algo que persegue a assinatura de novos contratos e a exploração de campos marginais.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Empresa recebe cotação na Bolsa, onde passa parte do capital para o sector privado

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