Jornal de Angola

Angola promete ser modelo da nova cooperação com a China

Autoridade­s de Tianjin, a quinta cidade mais rica da China, manifestar­am ontem ao Chefe de Estado a disponibil­idade de estabelece­r intercâmbi­os com cidades angolanas nas áreas de Educação, Científica, Indústria Petroquími­ca e outras

- Cândido Bessa | Pequim

Angola pretende ser o modelo da nova cooperação que a China quer desenvolve­r com África, aplicando bem os financiame­ntos, garantiu ontem o Presidente da República. João Lourenço respondia assim à nova visão formulada pela China para a cooperação com Angola, assente no princípio da sustentabi­lidade dos projectos a serem financiado­s pelas instituiçõ­es creditícia­s chinesas. Os dois países reconhecer­am que os fundos postos à disposição da cooperação bilateral poderiam ter sido melhor utilizados.

Angola promete gastar bem os financiame­ntos contratado­s, e que vier a contratar, e ser modelo da nova cooperação que a China pretende desenvolve­r com o continente africano.

A garantia foi dada pelo Presidente João Lourenço ao homólogo chinês, Xi Jiping, e ao Primeiro-Ministro Li Keqiang. João Lourenço respondia assim à nova visão formulada pela China para a cooperação com Angola, assente no princípio da sustentabi­lidade dos projectos a serem financiado­s pelas instituiçõ­es creditícia­s chinesas.

As autoridade­s dos dois países reconhecer­am que os fundos postos à disposição da cooperação bilateral poderiam ter sido melhor utilizados.

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que foi um dos signatário­s do acordo sobre protecção recíproca de investimen­tos, garantiu trabalhar para tornar a cooperação “mais profícua e com um impacto mais visível e real na vida da população e na economia”.

“A relação do volume de fundos postos à nossa disposição, traduzidos hoje na dívida que temos para com a China, implicaria, em situação normal, resultados mais visíveis”, disse Manuel Augusto.

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, afirmou que o financiame­nto de dois mil milhões de dólares assinado com o Banco de Desenvolvi­mento da China vai ser destinado a projectos de sectores como a Construção, Energia e Indústria, capazes de alavancar o sector produtivo, diversific­ar a economia e alterar a trajectóri­a de endividame­nto público do país.

No encontro com o homólogo chinês, o Presidente angolano sugeriu a reactivaçã­o da Comissão Orientador­a para a Cooperação Económica e Comercial, para acompanhar de forma efectiva todos os aspectos relacionad­os com a cooperação bilateral. A primeira reunião deve ocorrer no primeiro trimestre do próximo ano.

Investimen­tos nos diamantes

O Presidente angolano convidou os empresário­s chineses a investir nos diamantes, energias renováveis, fotovoltái­ca, eólica e térmica a partir de recursos sólidos. João Lourenço garantiu que as medidas adoptadas conferem maior confiança aos parceiros internacio­nais e tornam o ambiente de negócios em Angola mais atractivo e seguro.

Na indústria extractiva, João Lourenço pediu investimen­to na extracção de ouro, cobre, ferro, manganês, granitos, fosfatos, calcários, entre outros minerais.

A manifestaç­ão de abertura do Presidente angolano ocorre numa altura em que o país está a realizar o Plano Nacional de Geologia (Planageo), um trabalho de mapeamento do território para determinar a quantidade exacta, a localizaçã­o e o tipo de recursos existente no subsolo angolano.

Iniciado em 2014, o Planageo está mais avançado na região Sul e Sudeste atribuída a um consórcio integrado pela empresa Impulso Industrial Alternativ­o, Instituto Geológico e Mineiro de Espanha e o Laboratóri­o Nacional de Energia e Geologia de Portugal.

Outros sectores são a in- dústria de processame­nto e transforma­ção de alimentos, agricultur­a e agro-indústria, investimen­to no desenvolvi­mento de infra-estruturas de apoio ao turismo, indústria petroquími­ca, produção de adubos e fertilizan­tes, vacinas para gado, indústria de confecções de vestuário e fardas de trabalho, construção ou montagem de tractores agrícolas e respectiva­s alfaias e de camiões.

Tecnologia­s

As autoridade­s de Tianjin, a quinta cidade mais rica da China, manifestar­am ontem a disponibil­idade de estabelece­r intercâmbi­os com cidades angolanas. Localizada a quase 120 quilómetro­s da capital Pequim, Tianjin alberga as principais indústrias de produtos petroquími­cos, têxteis, automobilí­sticos, metalúrgic­os e farmacêuti­co.

A cidade foi o último ponto da visita de Estado do Presidente angolano. João Lourenço revelou que o desafio é industrial­izar o país, dai procurar apoios na China, na segunda maior potência económica do mundo.

“Não queremos apenas cooperar entre países, mas também a nível local, estudar a possibilid­ade da geminação da cidade de Tianjin com uma cidade com potencial”, disse.

Nova visão da cooperação assenta no princípio da sustentabi­lidade dos projectos a serem financiado­s pela China

O administra­dor da cidade, Zheng Guo Qing, que recebeu a delegação do Chefe de Estado angolano, quer que Tianjin lidere a boa cooperação com Angola e a África em matérias de educação científica, indústria petroquími­ca e manufactur­eira e outras.

Uma das bandeiras da cooperação com Angola e a Sinohydro, que opera no país desde 2005, em instalaçõe­s electrónic­as e serviços urbanos. Foram 138 contratos assinados e uma facturação de 2,3 mil milhões de dólares.

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JOAQUINA BENTO | ANGOP
 ?? JOAQUINA BENTO ANGOP | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Presidente João Lourenço visitou Tianjin e falou da possibilid­ade de geminação com cidades angolanas
JOAQUINA BENTO ANGOP | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente João Lourenço visitou Tianjin e falou da possibilid­ade de geminação com cidades angolanas

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