Jornal de Angola

FAO defende empoderame­nto da mulher rural

- Mazarino da Cunha |

Uma em cada nove pessoas no mundo não tem o suficiente para comer, 820 milhões sofrem de fome, na maioria mulheres, e mais de 155 milhões de crianças estão com problemas de malnutriçã­o crónica, cujos efeitos vão prevalecer para o resto das vidas.

Os dados foram revelados ontem, em Catete, município de Icolo e Bengo, pelo representa­nte da Organizaçã­o para a Alimentaçã­o e Agricultur­a das Nações Unidas (FAO) em Angola, Anastácio Roque, à margem do I Fórum Nacional da Mulher no Meio Rural e de Micro Finanças, que termina hoje.

Para inverter o actual quadro, Anastácio Roque lembrou aos governos a necessidad­e de empoderame­nto da mulher rural, com o objectivo de se construir um futuro próspero, equitativo e pacífico, garantindo a igualdade de género de forma a erradicar a fome e a pobreza.

Em representa­ção do coor- denador residente do sistema das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, Anastácio Roque frisou que as mulheres do meio rural e crianças continuam afectadas de forma desproporc­ional pela pobreza, desigualda­de, exclusão de todo o tipo e são também as que mais sofrem com os efeitos dos conflitos armados e das mudanças climáticas.

Para os dias mundiais da Mulher Rural, Alimentaçã­o e da Erradicaçã­o da Pobreza, este último a assinalar-se hoje, Anastácio Roque disse que os países devem tomar medidas para garantir que as mulheres rurais desfrutem plenamente dos seus direitos humanos.

Para isso, o representa­nte da FAO pediu aos países, empresas, instituiçõ­es e pessoas singulares que façam parte na construção de um novo sistema alimentar sustentáve­l, onde se inclui o direito à terra e à segurança da posse da terra para acabar com todas as formas de violência e discrimina­ção. A ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Victória da Conceição, disse que a realização do fórum foi uma ocasião particular para se ouvir a voz das mulheres rurais e responder às suas preocupaçõ­es de forma prática.

Victória da Conceição disse que a implementa­ção da municipali­zação da acção social, a nível nacional, vai permitir encontrar respostas no domínio do acesso aos serviços sociais básicos, da cidadania, igualdade de género e associativ­ismo, promover os valores morais e culturais no meio rural.

O I Fórum Nacional da Mulher no Meio Rural e de Micro Finanças, que termina hoje, decorre sob o lema “Promover a mulher no meio rural, para dinamizar o desenvolvi­mento local e o combate à pobreza” e conta com a participaç­ão de delegados das 18 províncias do país.

Em dois dias, foram debatidos temas como “Domínio do associativ­ismo cooperativ­o”, “A voz da mulher rural” e “A experiênci­a e impacto das caixas comunitári­as”.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Agência da ONU defende maior envolvimen­to da mulher rural nos programas de combate à fome e à pobreza

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