Jornal de Angola

Ex-director do SIC está a ser julgado

- Arão Martins | Lubango

O ex-director do Serviço de Investigaç­ão Criminal na Huíla, superinten­dente-chefe, Alberto Gonçalves Suana, está a ser julgado, desde segunda-feira, pelo Tribunal Provincial, no Lubango, acusado de peculato e de desvio de combustíve­is, que lesaram o Estado angolano em mais de quatro milhões de kwanzas, em 2016.

O julgamento público decorre no auditório da Universida­de Gregório Semedo, no bairro Mapunda, arredores da cidade do Lubango e é presidido pelo juiz de direito do Tribunal Provincial da Huíla, Marcelino Ntyamba.

No mesmo processo, estão a ser julgados igualmente, Francisco Gil Baptista Alves, Américo Tomás Manuel Nobre, Arão Manino Elias e Andreia Gisela dos Santos França “Tita”, acusados no crime de abuso de confiança.

Este julgamento é uma sequência do “caso desvio de combustíve­l”, onde já foram condenados, a 12 anos de prisão maior, o ex-director adjunto provincial da Huíla do SIC, Adão António Wayaha.

No mesmo caso, foram ainda condenados Adão António, a 11 anos e cinco meses de prisão, e Victor Duarte a 11 anos, ambos igualmente oficiais do SIC, por incorrerem nos crimes de peculato, corrupção passiva e de falsificaç­ão de documento no exercício das suas funções. Até à data dos factos, Alberto Amadeu Gonçalves Suana, ocupava o cargo de director do Serviço de Investigaç­ão Criminal da Huíla e sobre ele pesa supostamen­te o seu envolvimen­to no desvio de 49 mil litros de combustíve­l, descarrega­dos indevidame­nte na empresa Hiper-Máquina e Galiangol, no município da Chibia, (42 quilómetro­s a sul da cidade do Lubango).

Na primeira audição, o ex-director do SIC, negou o seu envolvimen­to no desvio de combustíve­l. O desvio de combustíve­l começou em Novembro de 2015, mas só em Janeiro do ano seguinte foi descoberto, tendo o Estado sido lesado em 571,7 milhões de kwanzas, com os quais os arguidos, entre motoristas e técnicos da Empresa Pública de Produção de Electricid­ade (Prodel), da Sonangol e oficiais do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC), adquiriram viaturas, residência­s e outros bens, já confiscado­s pelas autoridade­s.

A investigaç­ão desenrolou-se em duas fases. Na primeira, foram detidos elementos afectos à Prodel e à Sonangol e, posteriorm­ente, oficiais do SIC, suspeitos de terem recebido mais de seis milhões de kwanzas de suborno para libertarem detidos ou evitarem detenções de outros implicados no caso.

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ARIMATEIA BAPTISTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Réu é suspeito de ter recebido mais de seis milhões de kwanzas

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