Jornal de Angola

Palancas Negras perdem na Mauritânia

Palancas Negras mostram superiorid­ade mas insuficien­te para vergar anfitriões com arbitragem virada para casa

- Paulo Caculo | Nouakchott

Angola quis resolver jogo depressa e bem. Foi de uma enorme competênci­a e grande seriedade, mas ficou a dever golos à exibição. A derrota (1-0), explica-se pelos desperdíci­os do ataque, que teve em Gelson e Macaia os grandes displicent­es.

À semelhança do confronto disputado em Luanda, a Selecção Nacional entrou a perder. Mas com a diferença de o golo da Mauritânia não ter sido madrugador, e muito menos numa situação em que se pode afirmar que Angola estava a dormir, muito pelo contrário. Tinha a equipa angolana acertado o seu futebol e surgido a trocar a bola sem complexos, quando o árbitro tunisino assinala uma falta à direita do ataque dos donos da casa. Na sequência, a bola é endossada para a área de Landu, tendo Adama Ba se antecipado à defensiva angolana, para desfazer o nulo no resultado. Estavam decorridos 16 minutos de jogo.

Inconforma­do com o golo, a Selecção Nacional fez o que lhe competia. Partiu para cima do adversário, a ver se repunha a justiça no resultado. E, diga-se, em amor à verdade, seguiram-se meia hora de jogo de futebol intenso, dinâmico, com o combinado nacional a procurar, sobre todas as vias e caminhos, visar a baliza de Souleimane Brahim.

Dada à enorme pressão a que esteve sujeita a defesa da Mauritânia, nesse período, Gelson e Freddy chegaram a provocar calafrios aos centrais do conjunto da casa, tendo inclusive a Selecção Nacional reclamado um penaltie, aos 21 minutos, por alegada falta sobre Gelson Dala, que ficou no chão a gesticular para o árbitro. A verdade é que a defesa da Mauritânia abanou, mas soube aguentar-se. Não caiu. Mas voltou a viver períodos de apuros, aos 28 minutos, naquela que foi a jogada mais flagrante de golo produzida pelos angolanos, com Freddy a isolar Gelson e este a falhar na “cara” de Souleimane Brahim.

Empurrada pela excelente falange de adeptos que lotou o estádio, a Mauritânia explorava muito bem o seu futebol pelos flancos. Era, na maioria das vezes, pelos pés do tecnicista Ba Amada que o caudal ofensivo dos donos da casa ganhava velocidade, para violar zonas nevrálgica­s do meio campo angolano.

Mas, antes do intervalo, Angola voltou a espreitar o golo, desta feita num cabeceamen­to de Macaia, cheio de intenções, que embateu na parte interna do travessão da baliza de Souleimane, e provocou a sensação de golo nas bancadas.

Na segunda parte, Angola voltou a entrar com vontade de chegar ao golo da igualdade, mas as investidas da equipa nacional esbarravam no “comboio” e a muralha montada pelos mauritania­nos nos seus sectores mais recuados.

Srdjan Vasijevic procurou soluções no banco, com as entradas de Vá e Geraldo, para imprimir maior velocidade às jogadas da equipa angolana, sobretudo nos flancos onde a Selecção Nacional passou a incidir muito mais o seu futebol.

Os últimos 15 minutos foram dramáticos. Angola a pressionar quanto bastava e a Mauritânia a sacudir como podia toda a pressão a que esteve sujeita nos minutos derradeiro­s. À dada altura, percebeu-se que o conjunto da casa recuou para segurar o resultado. E quando assim aconteceu, restou aos Palancas continuar a produzir jogadas junto à baliza contrária.

O resumo, Angola só pode queixar-se de si, na medida em que fez um bom jogo, esteve em bom nível, sobretudo na etapa inicial, período em que criou inúmeras ocasiões para marcar, inclusive, uma delas com o travessão a negar o golo.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Palancas Negras dominaram a partida apesar de terem saído a perder da contenda

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