Jornal de Angola

Mutilações genitais diminuem em África

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As excisões e mutilações genitais, ainda largamente praticadas em África, reduziram “significat­ivamente” entre as raparigas até aos 14 anos graças às campanhas de sensibiliz­ação, apesar das disparidad­es entre países, segundo um estudo publicado ontem pela revista BMJ Global Health.

O estudo, feito a partir de dados da Unicef, fala de uma redução “encorajant­e” das práticas de mutilação genital no leste de África (-7,3 por cento por ano entre 1995 e 2014). O ritmo de declínio destas práticas é mais lento no norte de África (-4,4 por cento por ano entre 1990 e 2015), bem como no oeste do continente (-3 por cento por ano entre 1996 e 2017).

No Médio Oriente, estas práticas aumentaram (+13,7 por cento entre 1997 e 2013, sobretudo tendo em conta dados de dois países – Iraque e Iémen. Segundo as estimativa­s do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 200 milhões de crianças no mundo foram sujeitas a mutilações sexuais.

O estudo indica também a existência destas práticas na Índia, Indonésia, Israel, Malásia, Tailândia e Emirados Árabes Unidos. Os efeitos das migrações neste tipo de práticas na Europa e América do Norte e do Sul não foram abrangidos.

Por ano, mais de três milhões de raparigas em África correm o risco de serem sujeitas à mutilação genital.

Em certos países – Mali, Mauritânia, Gâmbia, GuinéBissa­u, Djibouti e Sudão – mais de 40 por cento das crianças, entre os zero e os 14 anos, são submetidas, todos os anos, à mutilação genital. O estudo apela a que se mantenham as campanhas para convencer as populações a abandonar estas práticas.

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