Agostinho Neto
Ao proclamar, às 0h00 do dia 11 de Novembro de 1975, perante o mundo, a Independência de Angola, Agostinho Neto personificava o grito de liberdade de milhares de angolanos e, também, de outros africanos que lutavam por causas iguais. Pela voz de Neto, Angola punha fim a mais de cinco séculos de colonização, que acabavam de deixar marcas profundas: um país com altos índices de pobreza, sem quadros para reactivar a actividade económica e, principalmente, invadido por exércitos de zairenses e sul-africanos, mercenários de várias origens, além de grupos de portugueses e até mesmo angolanos que faziam tudo para destruir as conquistas e perpetuar a dominação estrangeira.
Com a máxima de que o "mais importante é resolver os problemas do povo" e que "de Cabinda ao Cunene um só povo e uma só Nação", Neto mobiliza os angolanos para a reconstrução económica. Põe em prática um "plano expedito de formação de quadros nacionais, principalmente com o envio de vários jovens para o estrangeiro, e incentiva a aliança entre operários e camponeses (entre o campo e a cidade). Ao mesmo tempo, fortifica as Forças Armadas para a defesa do país e a libertação de outros povos oprimidos, como os da Namíbia, Zimbabwe e África do Sul, onde, como sempre defendeu, estava "a continuação da nossa luta". A missão do Fundador da Nação viria a ser interrompida no dia 10 de Setembro de 1979, com a sua morte, em Moscovo, na Rússia.