O Caminho para Independência
fala do caminho que conduziu à Independência; faz um retrato do que terá sido a obra de Castro Soromenho, numa manifesta contradição entre os colonos e os africanos e que conformam a Trilogia, outros dois romances: “Viragem” e “A Chaga”. Mas é a Casa dos Estudantes do Império e a Geração da Mensagem que se revelam os factores decisivos para a disseminação das informações necessárias para a busca pela Independência Nacional.
A partir de 1940, os estudantes que terminassem o liceu no país iam para Portugal, para concluir uma formação universitária, chegando a fundar a Casa dos Estudantes angolanos, que viria a transformar-se na Casa dos Estudantes do Império. A casa passou a ser o ponto de encontro para reuniões e tertúlias. Agostinho Neto estudou inicialmente em Coimbra e só mais tarde foi para Lisboa.
A Casa dos Estudantes do Império passou, a partir de 1948, a produzir o boletim literário "Mensagem", em Lisboa, ao passo que, em Coimbra, era produzido o "Meridiano".
Em 1948, surge em Luanda o movimento cultural “Vamos Descobrir Angola”, sobre o qual o ensaísta Mário de Andrade viria a afirmar que “o movimento incitava os jovens a descobrir Angola em todos os seus aspectos, através de um trabalho colectivo e organizado.
O movimento exortava a produzir-se para o povo, solicitava o estudo das modernas correntes culturais estrangeiras, mas com o fim de repensar e nacionalizar as suas criações positivas válidas. Além disso, exigia a expressão dos interesses populares e da autêntica natureza africana, mas sem que fizesse qualquer concessão à sede de exotismo colonialista. Entre os autores deste movimento, afirmaram-se intelectuais como Viriato da Cruz, António Jacinto, Mário António, Humberto da Silva, Agostinho Neto e Mário Pinto de Andrade.