Total inaugura unidade de produção e armazenamento
A produção de petróleo no Bloco 32 do offshore angolano deve atingir, nos próximos seis meses, os 230 mil barris por dia, com a entrada em funcionamento da segunda unidade. Cada uma das unidades vai produzir 115 mil barris por dia
O Chefe de Estado, João Lourenço, recebeu ontem, no Palácio da Cidade Alta, o presidente da petrolífera francesa Total, Patrick Pouyanné, com quem abordou aspectos ligados às perspectivas, aos desafios e dinâmicas do mercado dos hidrocarbonetos.
Depois da audiência com o Presidente, Patrick Pouyanné e o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, procederam à inauguração simbólica da Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Descarregamento de Petróleo em rama (FPSO, na sigla em inglês), também conhecida por “Kaombo Norte”.
Na cerimonia de inauguração, Patrick Pouyanné informou que a produção de petróleo no Bloco 32 do offshore deve atingir, nos próximos seis meses, os 230 mil barris/dia, com a entrada em funcionamento “Kaombo Sul”. Cada uma das unidades vai produzir 115 mil barris/dia.
A FPSO Kaombo Norte tem 333 metros de cumprimento, 60 de largura e uma capacidade de produção de 115 mil barris de petróleo por dia. Localizado a 262 quilómetros da zona norte de Luanda e 176 quilómetros da costa do Soyo, no Bloco 32, a FPSO explora recursos em três campos diferentes - Gengibre, Gindungo, Caril -, dispersos numa área de 800 quilómetros e numa profundidade de água que vai entre
O Chefe de Estado e o presidente da Total abordaram aspectos ligados às perspectivas do mercado dos hidrocarbonetos
1400 e 1950 metros. Depois da inauguração, os dois responsáveis, acompanhados de membros das respectivas delegações visitaram uma exposição e assistiram a um vídeo sobre Kaombo, na presença de membros do Executivo angolano, do corpo diplomático e representantes de empresas petrolíferas.
Num breve discurso, o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, revelou que cerca de 80 por cento dos derivados do petróleo consumido no país ainda é importado, por falta de capacidade de refinação. O Executivo, face à situação, decidiu requalificar a Refinaria de Luanda e construir mais duas refinarias. Uma no Lobito, com capacidade de 200 barris/dia, e outra em Cabinda, com uma produção entre 50 e 60 barris por dia
O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, disse que a meta do Executivo é não baixar o nível de produção de 1.4 mil barris de petróleo por dia. Segundo o ministro, o Executivo definiu três eixos, que passam pela requalificação da Refinaria de Luanda, aumento da quantidade de gasolina disponível e uma melhoria substancial na sua operacionalização, com a formação de técnicos.
Nesta altura, informou, 40 engenheiros encontramse em formação. As refinarias do Lobito e de Cabinda terão elementos para a actividade de petroquímica.
Num memorando assinado recentemente entre Angola e Zâmbia, ficou acordada a possibilidade da parte angolana passar a exportar para o país vizinho produtos refinados. Reestruturação da Sonangol O presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, anunciou, para a próxima quinta-feira, a apresentação do Programa de Reestruturação da Sonangol. Carlos Saturnino deixou claro que a reestruturação não vai implicar despedimentos, mas, com a mesma, pretende-se “emagrecer” o Grupo Sonangol em termos de actividades.
“Já entregamos ao Governo uma lista de mais de 50 empresas para serem privatizadas”, disse Carlos Saturnino, adiantando que o plano da Sonangol é o de tentar, até 2019, concluir cinco ou dez novas concessões petrolíferas prontas a entrar em actividades.
Sem dar mais detalhes, Carlos Saturnino disse que para o bloco 46 e 47, a Sonangol mantém contactos avançados com várias empresas envolvidas, enquanto que com a ExMobil está em discussão um memorando de entendimento para novas áreas de exploração na Bacia do Namibe. Três blocos devem ser para exploração e outros três para estudos.
Os Blocos 15, 17, 18 estão em discussão entre a Sonangol e o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, no sentido de apreciar a extensão de licenças e ao mesmo tempo reavaliar o potencial aí existente. No fim do primeiro trimestre do próximo ano, vai entrar em exploração um poço no offshore Cabinda Norte e quatro poços no Bloco 15/06
Referindo-se aos despedimentos na Total, o presidente do grupo, Patrick Pouyanné, disse que a empresa teve a necessidade de se adaptar ao contexto de baixa dos preços do barril de petróleo. Depois desta fase, disse Pouyanné, a Total continuou a fazer investimentos no valor de 2,5 milhões de dólares em diversos blocos.
Neste momento, a Total é detentora de 20 por cento do mercado africano, com cerca de quatro mil estações. Além de Angola, a Total está em vários países africanos, com destaque para a Líbia, Argélia e Egipto.