Presidente José Mário Vaz exonera ministro do Interior
O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, exonerou o ministro do Interior, Mutaro Djaló, a pedido do primeiroministro, sem apontar os motivos nem indicando o nome do substituto.
A medida consta de um decreto presidencial onde é apontado que a decisão foi proposta a José Mário Vaz pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes. A Polícia guineense tem sido criticada, quer pelos partidos quer pela opinião pública, pela violência usada, na quinta-feira em Bissau, para dispersar uma manifestação de estudantes, com recurso a bastões e granadas de gás lacrimogéneo.
O comissário nacional da Polícia guineense, Celso de Carvalho, disse que não autorizou o uso de força contra os jovens e que nem sabia da organização da manifestação. Segundo organizações estudantis, pelo menos oito jovens ficaram feridos, cinco dos quais em estado grave.
Os estudantes queriam realizar uma marcha pacífica, que deveria terminar no Palácio do Governo, com o intuito de mostrar a sua insatisfação face à persistência da greve dos professores, que já dura há mais de um mês. O ano lectivo não se iniciou ainda nas escolas públicas, já que desde a abertura oficial, em Outubro, os professores têm estado de greve, reclamando o pagamento de subsídios em atraso, a efectivação de alguns e a aplicação do estatuto da carreira docente aprovado em 2011.
Entretanto, um grupo de jornalistas guineenses manifestou diante da sede das Nações Unidas em Bissau o seu repúdio pelo assassinato do colega saudita Jamal Khashoggi, no consulado do seu país na Turquia, pedindo um rigoroso inquérito.
Indira Baldé, presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) da GuinéBissau, promotor da iniciativa, entregou uma petição ao chefe do Departamento dos Direitos Humanos no escritório das Nações Unidas (ONU) em Bissau, Mireya Guzman, exigindo um inquérito rigoroso para que os autores do assassinato de Jamal Khashoggi sejam levados à Justiça.