Inaugurada a maior ponte suspensa de toda a África
Entre Maputo e Katembe ergue-se a maior ponte suspensa de África, a infra-estrutura estatal mais cara depois da Independência de Moçambique, e com um percurso que, em cerca de cinco minutos de automóvel, acaba com o pesadelo da travessia por barco.
A obra, que foi inaugurada ontem pelo Presidente Filipe Nyusi, serve também como forma de afirmação do investimento chinês no país, que a financiou e construiu – um empreendimento “chave na mão”. Com um vão de 700 metros e duas rampas com pouco mais de dois quilómetros cada, a ponte MaputoKatembe foi feita para permitir a ligação por terra entre as duas margens da baía da capital moçambicana, a norte e a sul.
A entrada em funcionamento do empreendimento une por estrada o sul, centro e norte de Moçambique, fazendo jus à famosa palavra de ordem “do Rovuma ao Maputo”, oficialmente usada para reafirmar a demarcação e a indivisibilidade do território nacional, através dos seus extremos norte e sul.
Para a realidade das infraestruturas de Moçambique os números envolvidos na construção da ponte MaputoKatembe são avassaladores. Foram aplicados na estrutura de travessia 75 toneladas de aço e 300 mil metros cúbicos de betão. A construção envolveu 3.800 operários locais e 450 trabalhadores chineses, bem como 50 engenheiros e consultores de países como Alemanha, Inglaterra, Rússia e Grécia.
O projecto da ponte passou igualmente pela construção de 180 quilómetros de estrada ligando Katembe à Ponta de Ouro, a cerca de 100 quilómetros, na fronteira com a África do Sul. A rodovia reduziu para metade o tempo percorrido entre a capital do país e a zona onde se situa a Reserva Especial de Maputo e que acolhe estâncias balneares com grande potencial para o turismo.