Quatro províncias têm fornecimento suficiente
Malanje, Cuanza-Norte, Bengo e Uíge só têm dificuldades na distribuição
Angola tem um excedente de produção de electricidade na região norte - Malanje, CuanzaNorte, Bengo e Uíge -, devido à entrada em funcionamento do Empreendimento Hidroeléctrico de Laúca, inaugurado em Agosto de 2017, declarou sexta-feira o ministro da Energia e Águas.
João Baptista Borges declarou à agência Lusa que, nesta região, os desafios prendemse com a distribuição, um domínio que passa a absorver investimentos significativos. "É para aí que se viram agora os investimentos”, disse.
Os investimentos consistem na construção de linhas de alta tensão que estão a ser feitas para Luanda e, também, para o Huambo e Benguela, bem como a expansão da rede de distribuição para novas áreas habitacionais, “que é o que se está a fazer, por exemplo, para Luanda", explicou o ministro.
Na região centro, que envolve sobretudo as províncias do Huambo e Bié, o défice ronda os 40 por cento, face à falta de uma rede de distribuição e à limitação na produção térmica, pois a região vive dela.
“Mas há agora a perspectiva de, com a ligação de Laúca, suprirmos esse défice, já no início do próximo ano”, sublinhou, pois os trabalhos deverão estar concluídos em Janeiro de 2019, permitindo o acesso à energia por parte da população das duas províncias.
Na região sul, a grande preocupação está nas províncias do Cunene e da Huíla, em que o défice está em cerca de 50 por cento.
“É provavelmente aquela que terá um défice maior se tivermos em conta não só a actual procura, mas também as perspectivas de crescimento da indústria e do consumo habitacional. Precisaremos de mais 50 por cento, ou seja, o dobro daquela capacidade que existe hoje”, afirmou.
Taxa de electrificação
O ministro declarou que a taxa de electrificação - ou o acesso à energia - em Angola é de 42 por cento, anunciando “boas perspectivas” para se começar a reverter a situação em breve.
Os novos investimentos consistem na construção de linhas de alta tensão que estão a ser feitas para Luanda, bem como a expansão da rede de distribuição para novas áreas
“Actualmente, a taxa de electrificação de Angola é de 42 por cento. Estamos ainda longe de atingir a universalização do acesso, que é o que pretendemos”, afirmou, salientando que, com a entrada em funcionamento de vários empreendimentos hidroeléctricos no país, já a partir do início de 2019, esse cenário vai começar a desanuviar.
O ministro proferiu estas declarações à margem da assinatura de um acordo de financiamento entre o Reino Unido e Angola para o sector da Saúde, onde participou pelo facto do Estado europeu estar também a financiar projectos de extensão da distribuição de energia ao país.
Em causa estão as estações eléctricas de Viana e da Gabela, cuja construção é financiada pelo Reino Unido e que são os primeiros a ser implementados, permitindo ajudar a distribuição de eléctricidade às populações de Luanda e do Cuanza-Sul a partir da barragem de Laúca.