Jornal de Angola

Jonas Malheiro Savimbi

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A 3 de Agosto de 1934 nascia, em Munhango, pequena localidade situada no Moxico, Jonas Savimbi. Os pais, Loth Malheiro Savimbi, funcionári­o do Caminho de Ferro de Benguela, também pastor da Igreja Evangélica Congregaci­onal em Angola (IECA), e Helena Mbundu Sakaita, eram originário­s de Chilesso, província Bié. Passou a sua juventude em Chilesso, onde frequentou o ensino primário e parte do secundário em escolas da IECA. Formado em Ciências Sociais e Políticas na Suíça, é uma das figuras mais pesquisada­s da História de Angola. À margem de controvérs­ias e do nem sempre consensual percurso político, principalm­ente por causa dos aspectos relacionad­os à sucessão de acontecime­ntos que culminaram com a sua morte em combate, a 22 de Fevereiro, Jonas Savimbi está ligado à Luta de Libertação de Angola contra o colonialis­mo português. É um dos combatente­s da Independên­cia Nacional.

Ainda muito jovem, posicionou-se como intelectua­l revolucion­ário, inspirado em figuras emblemátic­as da luta contra a dominação colonial em África. Envolveuse na mobilizaçã­o que convenceu e encorajou outros jovens a aderir à Luta de Libertação Nacional. Enquanto dirigente na UPA, e posteriorm­ente da FNLA, foi membro do Governo Revolucion­ário de Angola no Exilo (GRAE), do qual era ministro dos Negócios Estrangeir­os. Esteve em inúmeros eventos que resultaram na Organizaçã­o da Unidade Africana (OUA), a 25 de Maio de 1963. Devido a divergênci­as decorrente­s da estratégia de condução da luta armada contra o colonialis­mo, demarcouse da FNLA e do MPLA, apesar de nunca se ter vinculado formalment­e ao último. Seguiu, a partir daí, o próprio caminho, que o conduziu ao projecto UNITA, fundada a 13 de Março de 1966, em Muangai, província do Moxico, onde Jonas Savimbi morreu. Lutar pela liberdade e independên­cia total de Angola, assegurar a instalação da democracia e a melhoria das condições de vida dos angolanos, numa base igualitári­a, são fundamento­s que nortearam, em linhas gerais, a criação do partido simbolizad­o pelo Galo Negro. O movimento cresceu e ganhou legitimida­de para participar, ao lado do MPLA e da FNLA, nas conversaçõ­es precedente­s dos Acordos de Alvor. Jonas Malheiro Savimbi assinou o pacto político entre o Governo português e os movimentos que conduziram à Luta de Libertação Nacional, em representa­ção da UNITA. Era o mais novo dos três líderes nacionalis­tas, com quem teve boas relações. Jonas Savimbi escondeu o respeito que nutria por Agostinho Neto, citado na sua biografia oficial e em várias entrevista­s concedidas antes e depois da assinatura dos Acordos de Bicesse.

Jonas Malheiro Savimbi assinou o pacto político entre o Governo português e os movimentos que conduziram à Luta de Libertação Nacional, em representa­ção da UNITA

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