Jornal de Angola

Oposição rejeita coligação

Maior partido da oposição em São Tomé e Príncipe, o MLSTP, desmente informaçõe­s que davam conta de uma negociação em curso com o actual Governo para a formação de um Governo de base alargada dirigido pela Acção Democrátic­a Independen­te (ADI) do primeiro-m

- Víctor Carvalho|

O maior partido da oposição em São Tomé e Príncipe, o MLSTP, desmente informaçõe­s sobre negociaçõe­s para a formação de um governo de base alargada dirigido pela Acção Democrátic­a Independen­te (ADI) do primeiro-ministro Patrice Trovoada.

O líder do principal partido da oposição, o MLSTP, disse no fim-de-semana à imprensa que não está a negociar com a formação política que governa São Tomé e Príncipe, a ADI, a possibilid­ade de constituir um Executivo de base alargada para dirigir o país durante os próximos anos.

“Desminto categorica­mente: neste momento não há nenhuma negociação quer oficial, quer oficiosa com o Governo cessante”, garantiu Jorge Bom Jesus em declaraçõe­s à agência Lusa.

O desmentido surge depois de a meio da semana passada o primeiro-ministro ter dito em Lisboa que estava em contactos oficiosos com as restantes forças para procurar apoios de modo a poder formar um Governo de base alargada.

Na ocasião, Patrice Trovoada disse que “existem algumas pistas que vamos ter de explorar com boa vontade, com cedências de todas as partes. Veremos nos próximos dias para ver se há possibilid­ade de se avançar”, disse o lider da ADI.

Mas, mesmo que esse acordo não seja possível, o ainda primeiro-ministro diz agora que está disposto a formar um novo Governo, mesmo que seja minoritári­o e necessite de apoio parlamenta­r da oposição para poder funcionar.

“Se não houver vontade de ir ao fundo da questão, que é o desenvolvi­mento de São Tomé e Príncipe, os desafios que nós temos, os constrangi­mentos internos e externos e as reformas, a ADI irá formar um Governo minoritári­o e depois no Parlamento iremos continuar a ver se conseguimo­s, de facto, um entendimen­to para que esse Governo possa executar o seu programa”, disse Patrice Trovoada.

Descartand­o a possibilid­ade de ser ele o “timoneiro” do futuro Governo, Trovoada afirmou que a ADI vai apresentar nos próximos dias o nome do próximo primeiromi­nistro, depois de uma reunião que deverá decorrer no final da semana.

Nas últimas semanas, desde Lisboa, Patrice Trovoada coordenou uma série de contactos que o seu partido efectuava em São Tomé e Príncipe com diversos membros da sociedade civil, congregaçõ­es religiosas e partidos políticos da oposição para a formação de um Governo de base alargada.

Esses contactos tiveram alguns resultados, mas falharam redondamen­te no que respeita ao diálogo interparti­dário devido ao facto de a oposição nunca ter aceite negociar com outra pessoa que não o próprio Patrice Trovoada.

Trovoada volta ao país

Foi, provavelme­nte, para ultrapassa­r essa dificuldad­e que o primeiro-ministro regressou sábado ao país onde a partir de hoje vai dirigir pessoalmen­te os esforços de negociação para a busca de uma eventual base alargada que permita a formação de um Governo.

Para facilitar um entendimen­to, Patrice Trovoada diz que está disposto a abdicar de chefiar o próximo Executivo, consideran­do que a sua presença poderia aumentar ainda mais a preocupaçã­o das forças da oposição.Trovoada considera que as reformas que o seu Governo vinha implementa­ndo eram um “imperativo nacional”, mas é da opinião que foram aproveitad­as pela oposição para evitar que a ADI obtivesse uma maioria nas recentes eleições.

Patrice Trovoada não abre mão daquilo que diz ser “o privilégio constituci­onal” de ser líder do partido mais votado nas eleições, consideran­do que lhe compete apresentar uma solução de Governo.

Nas recentes eleições de 7 de Outubro a ADI, partido no poder, venceu as eleições legislativ­as com uma maioria simples (25 em 55 deputados na Assembleia Nacional), enquanto o MLSTP conquistou 23 mandatos e a coligação cinco, lugares tendo estas duas forças reclamado a maioria absoluta e anunciado um acordo pós-eleitoral de incidência parlamenta­r e com fins governativ­os.

Foram ainda eleitos dois deputados independen­tes pelo distrito de Caué.

 ?? DR ?? Jorge Bom Jesus, líder do MLSTP, maior partido da oposição são-tomense
DR Jorge Bom Jesus, líder do MLSTP, maior partido da oposição são-tomense

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola